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Mobi é presente e futuro
Por Renato Rossi: Jornalista, 64 Anos. Pós-graduado em Ciências Sociais pela Universidade de Paris École Pratique des Hautes Études de 1974 a 1975. Piloto de testes com formação no ADAC na Alemanha e na escola de Skip Barber nos EUA. Especializado em direção defensiva e segurança veicular. Responsável pelo conteúdo editorial do Caderno de Carros e Motos do Correio do Povo. Apresentador do programa Conversa de Carro (Rádio GuaÃba AM e FM). Repórter.
Confira a avaliação do novo Fiat Mobi
O novo Fiat Mobi “esquentou o motorzinho”, esquentou, mas não decolou: as vendas previstas pela marca, de mais de sete mil unidades mensais a partir do lançamento em abril, não aconteceram. Durante o ano base, o veÃculo não passou das 2.500 mil unidades vendidas mensalmente. Pouco para sustentá-lo no mercado. Como o Up da concorrente Volkswagen, o Mobi reflete a dificuldade do brasileiro em lidar com carros “subcompactos”, aqueles que em geral param em 3.5 metros de comprimento. Ambos têm em torno de 3m60cm. São pequenos por fora e, por fora, o espaço é ideal para duas pessoas, o que incomoda a famÃlia brasileira que quer passear no final de semana.
Nas periferias é comum ver carros velhos transportando oito pessoas ou mais no habitáculo. E achar espaço para tanta gente em habitáculos restritos como os antigos e velhos modelos do Uno e do Gol não é um mistério: é o resultado do descaso de como é tratado o tema fundamental da segurança no trânsito no Brasil.
No PaÃs pode tudo, até mesmo velha Kombi transportar 30 pessoas. Também não é ficção, pois é algo que ocorre todo santo dia. O Mobi, dotado inicialmente com motor Fire 1.0 com quatro cilindros e testado inicialmente em São Paulo pelo caderno Carros e Motos do Correio do Povo, convenceu em parte.
O lado sadio do carrinho estava no conjunto de suspensões, bem acertado o que gera um bom nÃvel de “grip” ou agarramento ao solo. O volante é preciso, com assistência hidráulica, o que facilita neste primeiro teste as mudanças de trajetória comuns em trânsito urbano. A análise inicial publicada no Correio do Povo, foi desfavorável em relação a fraca performance do Mille Fire nas baixas e médias rotações. Nesta nova versão, o destaque é o novo motor Firefly com três cilindros, 77hps e 10.3 kg de torque. A inclusão da direção elétrica facilita ainda mais as manobras urbanas e os três cilindros “bebem menos”: faz em média 12 quilômetros por litro em cidade e 14 em rodovia, estradas de terra ou sobre asfalto em boas condições.
O Mobi, desta vez, deixou pouco a desejar. É agora, o carro veloz com respostas imediatas as solicitações do pé direito, com torque disponÃvel aos 1.500 giros. A estabilidade direcional e lateral é mais do que satisfatória e por ter suspensões mais rÃgidas em relação ao Uno, há menos nÃvel de “rolling” ou rolagem lateral da carroceria.
Neste veÃculo, as curvas abertas ou fechadas podem ser “tomadas” sem sustos. Mas não convém torná-las velozes, já que qualquer curva é sempre um desafio, que pode ou não ser vencido, o que pode não depender da habilidade do motorista. O Mobi pode finalmente deixar o showroom para conhecer a rua, a árvore, o cachorro que late e atravessa a rua, gente que respeita a faixa de segurança, as avenidas e a vida frenética da grande cidade. O “Mobinho” só via esta realidade pela ampla vitrine do showroom. Coitadinho.
Por Renato Rossi