Governo eleito democraticamente foi derrubado pelo exército no ano passado | Foto: Mahmoud Khaled / AFP
A Anistia Internacional denunciou, nesta quinta-feira, a violência cometida no Egito pelas autoridades instaladas pelo Exército no país. "O Egito viveu estes últimos meses uma série de atentados prejudiciais para os direitos humanos e violências por parte do Estado, de uma magnitude sem precedentes", avaliou a vice-diretora da ONG, Hasiba Hadj Sahraui.
No próximo sábado a revolta que tirou do poder Hosni Mubarak, completa três anos. Em junho de 2012 o islamita Mohamed Mursi foi eleito e, em julho de 2013, destituído e preso pelo exército. Desde então 1,4 mil pessoas morreram em atos de violência, grande parte seguidores de Mursi e "a maioria devido a um uso excessivo da força pelos serviços de segurança", segundo a ONG.
A Anistia destaca que, enquanto as autoridades não mudarem de atitude, "as prisões do Egito ficarão lotadas de pessoas detidas de forma ilegal e seus necrotérios e hospitais de vítimas da força abusiva e arbitrária exercida pela polícia". As autoridades foram orientadas a permitir as manifestações pacíficas e outras expressões legais de descontentamento. Sahraui acrescentou que a justiça está sendo usada como um "instrumento de repressão" e criticou os ataques a jornalistas e a falta de liberdade de imprensa.