Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), acampados no escritório da Eletrobras no município de Alecrim, no Norte do Estado, desde quarta-feira, serão recebidos nesta quinta-feira em Brasília. Segundo a coordenadora do movimento, Neucléia de Oliveira, a ocupação ocorre como protesto à construção da barragem Complexo Garabi/Panambi, que será realizada pelas Centrais Elétricas Brasileiras S.A. em 18 municípios gaúchos – além de outros argentinos.
Representantes do Movimento na Capital Federal serão recebidos às 15h pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Conforme a coordenadora, 12,6 mil pessoas teriam que ser desalojadas das cidades. Do lado brasileiro, cerca de 7 mil pessoas seriam afetadas diretamente. Neucléia ainda afirma que a cidade gaúcha de Porto Mauá ficaria 80% abaixo d’água com a construção da barragem.
A discussão à tarde também contemplará assuntos nacionais, como a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens, a ação ocorreu em Alecrim porque, além de conter uma sede da Eletrobras, o município seria palco do início das obras da barragem de Panambi.
Após os estudos de viabilidade, a previsão é que a construção no trecho do rio Uruguai entre o Brasil e a Argentina seja iniciada em 2015, com estimativa de conclusão em 2020. A reportagem tentou novamente contato, nesta manhã, com a assessoria de imprensa da Eletrobras no Rio de Janeiro, mas ainda não houve retorno. A ocupação no escritório da central elétrica pretende permanecer até que haja uma resposta do governo federal.