“Dominação” (Incarnate), dirigido por Brad Peyton, é um filme de terror ruim, com atuações precárias e momentos de puro constrangimento. A trama segue as ações do exorcista Seth Ember (Aaron Eckhart), que perdeu a família e ficou paraplégico em um acidente provocado por um demônio, que ele persegue incessantemente. Seth criou uma maneira de expulsar os demônios dos possuídos – ele entra no subconsciente da vítima e a convence de que ela está em uma espécie de transe, tendo sua realidade controlada pela entidade maligna.
O filme trata então da posse do demônio do corpo de um garoto de 11 anos, que Seth deve ajudar. E aí a chupação de outra obra de terror, “Sobrenatural”. E o longa vai se arrastando, não proporcionando nenhum susto, com diálogos horríveis, efeitos especiais beirando o tosco. E a gente fica ali torcendo para que o final chegue logo.
Aaron Eckhart é um bom ator, mas talvez tenha entrado nesta para pagar o aluguel ou a pensão dos filhos. Ele não convence em nenhum momento, ainda mais mal dirigido por Brad Peyton.
“Invasão a Londres” (London Has Fallen), direção de Babak Najafi, é uma continuação do violento “Invasão a Casa Branca”, de 2013. Naquele filme, terroristas atacavam Washington D.C., coincidentemente o mesmo tema de “O Ataque”.
Agora quem sofre é a capital da Inglaterra. Tudo começa quando o primeiro-ministro britânico morre repentinamente. Às pressas, os governantes de vários países se deslocam para Londres para o funeral, inclusive o presidente norte-americano Benjamin Asher (Aaron Eckhart). Com ele, vão seus seguranças, Mike Banning (Gerard Butler) e Lynn Jacobs (Angela Bassett).
Já em Londres, acontece um ataque terrorista, que praticamente destrói a cidade e mata vários políticos. Então começa uma caçada humana, com Asher e Banning tentando escapar de fanáticos religiosos – sempre eles (o líder do atentado teve a sua família morta por um ataque aéreo praticado pelos aliados ocidentais e busca vingança).
Tirando que este é um filme sessão pipoca total, ele é uma verdadeira salada de vários filmes já vistos e revistos, principalmente a série “Duro de Matar”. E o vilão não poderia ser mais caricato e todos os bandidos têm cara de árabes, assim como os políticos estrangeiros são mostrados de forma quase zombeteira. O primeiro-ministro italiano é um latin lover, o presidente francês é um ser arrogante, a chanceler alemã é dentuça e ingênua. “Invasão a Londres” é repleto de clichês e com diálogos de chorar.
Quando estava entrando no cinema, o atendente me perguntou: “ Está preparado para o tiroteio que vai ter?”. Ao começar “Invasão à Casa Branca”, de Antoine Fuqua, entendi. Quase nada sobra de Washington D.C. neste verdadeiro arrasa-quarteirão. Os vilões da vez, depois de anos com nazistas, russos, mexicanos, são os norte-coreanos, que já haviam tocado o terror nos States na refilmagem de “Amanhecer Violento”. Aqui eles tomam a residência oficial do presidente dos Estados Unidos, vivido por Aaron Eckhart, e o fazem refém, sem antes dizimar toda a segurança. Os invasores querem que em troca da libertação do dirigente, as tropas americanas deixem a Coreia do Sul e o golfo do Japão, ou seja, o Oriente ficaria praticamente à mercê do doido Kim Jong-Un…e a vida imita a arte, pois nestes dias o ditador norte-coreano está mesmo metendo o terror, ameaçando o mundo com uma guerra nuclear.
Eis que surge a figura do ex-segurança presidencial Mike Banning (Gerard Butler), que havia caído em desgraça anos antes, ao não conseguir evitar um acidente com a família presidencial. Escanteado, realizando trabalho burocrático, incrivelmente Banning consegue se infiltrar na Casa Branca durante o ataque, e sozinho, é a única opção dos militares para salvar o presidente e o país – apesar de não acreditarem nele, devido ao seu erro passado. Como Bruce Willis em “Duro de Matar I e II”, Banning se esgueira pelos corredores e porões da Casa Branca, fuzilando e esfaqueando qualquer norte-coreano que encontre pelo caminho, numa carnificina poucas vezes vista no cinema.
E sabe o que é pior nisso tudo e apesar da patacoada sobre o nacionalismo americano? O filme não é ruim. É puro cinema pipoca, para se assistir sem compromisso, seja no cinema ou no sofá da sala, comendo e tomando uma Coca-Cola.