Nascido em Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., candidato do PSDB à prefeitura, tem 44 anos, é deputado federal e herdeiro político de Nelson Marchezan, falecido em 2002. Disputou sua primeira eleição aos 30 anos de idade, no mesmo ano da morte do pai. Em 2003, foi nomeado para uma diretoria do Banrisul, passando a atuar na vida pública. Elegeu-se deputado estadual em 2006 e federal em 2010 e 2014. Seu vice nesta campanha é Gustavo Paim (PP). Sua coligação, Porto Alegre Pra Frente, reúne os partidos PSDB, PP, PMB e PTC. No segundo turno, obteve o apoio dos partidos que, no primeiro, estavam com Maurício Dziedrick (PTB, PSC, PR, SD, PRP e PTdoB). Ele também busca reverter votos brancos e nulos, centrando o discurso na necessidade de mudança no comando político da Capital
Os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. e Sebastião Melo foram sabatinados pelo Correio do Povo após o debate promovido pela Rádio Guaíba no último dia 20. Os dois responderam às mesmas perguntas, transcritas abaixo:
Correio do Povo: Se aprovada a PEC 241, qual o peso para os projetos de saúde e educação de Porto Alegre?
Nelson Marchezan Jr.: Vai ter um peso bom já que vai aumentar os recursos. A pergunta parte de uma premissa equivocada. Tem que estudar um pouquinho mais a PEC 241, porque se ficar como está o piso da saúde será menor do que o piso da PEC. O piso de recursos para a saúde com a PEC 241 vai aumentar. Estou falando do piso e não do limite. Então, além do piso ser maior, mais recursos poderão ser colocados. O problema da saúde não é a PEC. O problema da saúde foi a corrupção na última década e a má gestão dos recursos públicos que foram feitos no governo federal, estadual e, provavelmente, na prefeitura.
CP: Na sua administração, qual a importância dos servidores e dos CCs?
Nelson Marchezan Jr.: A importância de todos aqueles que querem colaborar é muito grande. Gigante. Sejam eles voluntários, sejam entidades que querem contribuir, sejam eles partidos que queiram sugerir e criticar e os servidores que vão efetivamente operar. E alguns cargos em comissão de algumas áreas específicas que podem trazer conhecimentos externos que não dispomos dentro da prefeitura.
CP: Como prefeito, como será a cobrança das medidas de segurança para Porto Alegre junto aos governos estadual e federal?
Nelson Marchezan Jr.: Vamos cobrar muito do governo federal e do governo estadual, mas não vamos fugir das nossas responsabilidades enquanto prefeito de uma cidade que tem índices inaceitáveis de criminalidade.
CP: Quais suas metas para o transporte público de Porto Alegre?
Nelson Marchezan Jr.: Que ele tenha mais segurança para os trabalhadores do transporte público, para os seus usuários e mais conforto, para se tornar mais atrativo. Temos que sentar com os operadores da área e ter uma conversa muito mais franca e transparente. A sociedade merece ter o controle do transporte público e não associação das empresas.
CP: A crise econômica afeta também a cultura. Como explorar o potencial histórico e artístico de Porto Alegre?
Nelson Marchezan Jr.: Tivemos uma gigantesca queda de atividades culturais em todos os setores em Porto Alegre, conforme dados do Portal Transparência da prefeitura. É avassalador o que perdemos de oportunidades culturais em Porto Alegre. Não há outro caminho, neste momento, que não sejam as parcerias público privadas para que possamos estimular a cultura, que é uma forma de realização, de lazer, de gerar emprego e renda, além da pessoa poder entender melhor o mundo no qual ela vive.