Cristiano Munari e Bernardo Bercht analisam o clássico GP da Inglaterra, com a vitória acachapante de Lewis Hamilton. Britânico ainda contou com final cheio de alternativas, e catastrófico para a Ferrari, e reduziu diferença para Sebastian Vettel em um ponto. Confira os melhores e piores da prova em Silverstone.
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Hamilton domina GP da Inglaterra e reduz liderança de Vettel na F1 para um ponto
Lewis Hamilton foi impecável, venceu de ponta a ponta o GP da Inglaterra e igualou Jim Clark e Alain Prost com cinco vitórias na prova britânica. O inglês exerceu um domínio avassalador e nunca foi ameaçado. Ainda contou com um final desastroso para a Ferrari na corrida e reduziu a liderança de Sebastian Vettel no campeonato para um pontinho. Valtteri Bottas fez ótima recuperação para ser segundo, com o emburrado Raikkonen em terceiro, mesmo com um furo de pneu na reta final.
A largada teve um salto perfeito de Hamilton, com Raikkonen ensaiando um ataque, mas sem conseguir passar. Vettel arrancou mal e acabou superado por Verstappen, que se atirou para cima da outra Ferrari, mas ficou mesmo em terceiro.
Todo mundo tinha sobrevivido incólume até ali, mas os endemoniados da Toro Rosso resolveram aprontar. Carlos Sainz tentou passar Daniil Kvyat, que errou, cortou a Copse e deu no meio do carro do companheiro, tirando ele da corrida. A posição insegura do carro levou ao acionamento do safety car.
Lá atrás, Felipe Massa fez mais uma largada relâmpago e escalou de décimo quarto para décimo, enquanto Alonso fazia mágica para de último surgir em décimo terceiro no meio da briga com as Williams. Outro a fazer feitiçaria foi Nico Hulkenberg. Com menos motor, botou por fora de Esteban Ocon e passou batendo roda para ser quinto.
Na relargada, Valtteri Bottas e Daniel Ricciardo foram os reis da ultrapassagem. O piloto da Mercedes superou as duas Force India e, imediatamente depois, Hulkenberg, usando a força do Mercedão. Ricciardo, por sua vez, abusou da habilidade no miolão para ultrapassar oito carros até chegar atrás de Massa na volta 16.
Foi o momento de Vettel declarar guerra a Verstappen. O alemão tentou por dentro no fim da reta Hangar, Verstappen retardou a freada na curva seguinte e espalhou para cima, sem deixar passar. Na volta seguinte, foi por fora, mas não conseguiu fazer valer o movimento. Por conta disso, a Ferrari decidiu antecipar seu pit-stop e o alemão foi o primeiro a parar. Funcionou e a Red Bull ajudou, ao errar na parada do holandês e permitir a passagem livre de Vettel.
A essas alturas, Ricciardo já tinha ultrapassado dez carros na pista e, com as paradas, surgiu em sexto atrás de Verstappen. Quando todos foram aos pits, com Bottas parando por último, Hamilton voltou folgado na liderança, com Raikkonen seguido de Vettel. O finlandês também superou Verstappen para ser o quarto.
A antecipação de parada iria cobrar caro do trio Vettel, Verstappen, Raikkonen mais adiante. Enquanto isso, Ricciardo passou as Force India, Kevin Magnussen e somou um total de 14 carros superados ao longo da prova. Massa também passou Magnussen para ser o décimo e levar o último pontinho.
Com pneus mais novos e mais rápidos, já que calçou os supermacios, Bottas foi para cima de Vettel. O finlandês tentou uma primeira vez, mas o alemão travou o pneu dianteiro esquerdo e conseguiu manter o terceiro lugar. Na volta posterior, Bottas tracionou melhor e passou no meio da reta com a asa móvel, sem apelação.
A partir daí, o drama foi das bolhas nos pneus dianteiros. Raikkonen percebeu logo e reclamou muito no rádio da trepidação, mas a Ferrari não aceitou o alerta e manteve os carros na pista. A três voltas do fim, o pneu do finlandês perdeu um pedaço inteiro de borracha e ficou na malha de aço. Bottas passou fácil e a Ferrari se arrastou para o pit. Verstappen teve o mesmo problema e também teve que parar. Seria o segundo posto para Vettel, mas na última volta o seu pneu dechapou espetacularmente, jogando o alemão na grama. Com a borracha em farrapos, ele se debulhou até os boxes e trocou para finalizar apenas em sétimo.
Hamilton apontou para a vitória, vibrando duas curvas antes do fim, seguido de Bottas na dobradinha Mercedes. Raikkonen recuperou seu pódio em terceiro, mas com cara de poucos amigos. Verstappen ainda lucrou o quarto lugar, com Ricciardo sendo o nome da corrida em quinto, seguido do espetacular Hulkenberg na Renault. Vettel passou, seguido da armada das Force India, com Ocon melhor que Perez e Felipe Massa sentado no aerofólio da dupla, em décimo.
No pódio, o “show” foi de Raikkonen. Enfurecido com o pneu furado, após vários aviso, o finlandês levantou a taça sem esboçar qualquer sorriso e, na festa do champagne, ficou paradão, demonstrando toda sua insatisfação com a falta de resposta da Ferrari para seu problema.
Confira a classificação final:
Hamilton despacha a concorrência com pole recorde para GP de Silverstone
Lewis Hamilton levantou a torcida, cravou novo recorde de volta e foi para a galera com a pole-position do GP da Inglaterra. Em condições mutantes sob chuva e frio, o britânico voou com a Mercedes e anotou 1min26s600 para ficar numa liga própria. Kimi Raikkonen mostrou sua habitual habilidade em pistas rápidas para ser segundo com a Ferrari, superando Sebastian Vettel, que reclamou muito do carro na última tentativa, mas ainda à frente de Valtteri Bottas.
O Q3 teve poucas reviravoltas com Hamilton liderando desde o começo, mas tendo que trabalhar no fim. Sua primeira tentativa foi suficiente para manter Bottas atrás, mas as Ferrari melhoraram em cada setor e podiam beliscar o primeiro posto. Mas aí o dono da casa foi lá e baixou seis décimos da sua marca e patrolou a concorrência.
Meio descartado o fim de semana inteiro, Raikkonen quietinho baixou para 1min27s147 estampou um lugar na primeira fila. Vettel balançou de tudo que é jeito na sua tentativa e foi terceiro, antes de reclamar até da mãe do engenheiro no rádio. Ainda assim, deixou uma das Mercedes para trás. Bottas ficou longe do brilho da Áustria e foi quarto, ainda partirá em nono por conta da troca de câmbio.
Desta forma, Max Verstappen estará na segunda fila, com Nico Hulkenberg abrindo em quinto lugar a terceira, numa excelente performance com a Renault. Depois dele, a dupla inesgotável da Force India, com Sérgio Perez à frente de Esteban Ocon. Em oitavo, uma surpresa do dia, com Stoffel Vandoorne levando a McLaren Honda para o Q3 e obtendo seu melhor lugar no grid. Só então teremos Bottas, à frente de Romain Grosjean com a Haas.
Herói do Q1, Fernando Alonso pegou tráfego na sua última volta do Q2, quando a pista estava melhor, e acabou degolado. Fez apenas o décimo terceiro tempo e foi pela primeira vez superado em classificação pelo companheiro Stoffel Vandoorne, último a entrar no Q3, com o décimo tempo. Na volta de desaceleração, recebeu as desculpas do time pelo rádio.
Entre os cortados, Jolyon Palmer teve seu melhor treino do ano em décimo primeiro com a Renault. A chave foi ser um dos últimos a completar volta, além do bom comportamento do carro francês com a pista fria. Quem errou a mão foi a Williams com Felipe Massa. O pneu do brasileiro nunca entrou na temperatura de funcionamento, problema tradicional do time este ano, e com pouca aderência Massa fez volta após volta sem deixar a última colocação do Q2. Terminou mesmo em décimo quinto, ganhará o posto do punido Alonso (por troca de componente do motor) e será o décimo quarto.
Antes de tudo isso, no Q1 com pista molhada, Fernando Alonso foi o nome da pista, fazendo algo que ainda não se tinha visto na Fórmula 1 híbrida. McLaren em primeiro lugar. O espanhol calçou pneus supermacios no fim da sessão e cravou 1min37s598 para liderar a tabela de tempos à frente de Max Verstappen.
Na disputa dos degolados, o primeiro foi Lance Stroll, com a habitual falta de aderência da Williams em pista fria. Kevin Magnussen, Pascal Wehrlein e Marcus Ericsson se seguiram. Daniel Ricciardo teve problemas com a Red Bull e ficou na última posição, após completar apenas uma volta rápida.
Confira os tempos:
Bottas supera Hamilton em casa para ser o mais rápido no GP da Inglaterra
Essa pulguinha atrás da orelha chamada Valtteri… Eis que Bottas mandou a “bottada” nesta sexta-feira e superou Lewis Hamilton mais uma vez. O dia foi de briga exclusiva da Mercedes pela ponta e o finlandês embalou na vitória do GP da Áustria e anotou o melhor tempo com 1min28s496, pouco mais de 40 milésimos superior ao do tricampeão britânico.
A Ferrari manteve a tradição de ficar perto, mas não muito das Flechas de Prata, com Kimi Raikkonen à frente de Sebastian Vettel e a três décimos de Bottas. O finlandês adora pistas de alta e, quem sabe, vai ser dessa vez que mostra algo diferenciado em 2017.
👀 Vettel tests ‘shield’ protection system in #FP1 >> https://t.co/2iRFXPR8PO #BritishGP 🇬🇧 #F1 pic.twitter.com/EVcHFhklGo
— Formula 1 (@F1) July 14, 2017
O líder do campeonato, por sua vez, teve suas dificuldades com o acerto do carro e, instável, foi passear na saída de escape com uma linda atravessada ainda no treino 1. Coube a Vettel, por sinal, estrear o “Shield”, proteção para a cabeça que deverá ser incorporada a partir de 2018. Nas fotos externas, bem melhor que o Halo, mas já deu para ver que vai estragar as câmeras onboard.
Com todo mundo andando de “duplinha”, a Red Bull veio a seguirEnviar arquivos, com Max Verstappen mais de meio segundo melhor que Daniel Ricciardo. O holandês está possuído pelas falhas frequentes dos energéticos e ainda protagonizou um duelo digno de corrida com Felipe Massa, quase batendo rodas.
Em uma sexta bem melhor que a da Áustria para a Williams, o brasileiro foi oitavo, menos de um décimo mais lento que Nico Hulkenberg. O time britânico resolveu dividir seu pacote aerodinâmico entre os carros de Massa e Lance Stroll e parece que as peças funcionaram melhor no carro do brasileiro. Com o pacote completo e o acerto redondinho, há chances de uma boa corrida.
Fernando Alonso aproveitou a terceira atualização do motor Honda para ser nono e emplacar um top ten. Fechando os dez melhores, Esteban Ocon levou a Force India, já quase dois segundos pior que a Mercedes.
Na turma do fundão, Stoffel Vandoorne continua tomando aquele calor de Alonso e foi apenas décimo sexto, mais de meio segundo atrás do espanhol. Pior, só Jolyon Palmer que tomou nove décimos de Hulkenberg na Renault e ainda comeu grama na sua corrida em casa… Cada vez pior o britânico.
Confira os tempos:
Pietro Fittipaldi vence em Silverstone e lidera a World Series

Garoto sobrou em Silverstone, 42 anos após última vitória do avô por lá

Russo Orudzhev promete ser principal concorrente ao título
O Brasil levantou uma taça no topo de pódio de corrida internacional neste sábado. Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão de Fórmula 1, levou sua própria Lotus preta, só que da Fórmula V8 World Series, à vitória de ponta a ponta na abertura do campeonato, em Silverstone. Quarenta e dois anos atrás, Emerson tinha vencido sua última corrida de F1 nesta pista, agora a bandeira brasileira estava lá com Pietro.
Na largada, ele partiu sem titubear e controlou os ataques na primeira curva. O companheiro, René Binder, acabou caindo várias posições e as brigas permitiram a Pietro abrir vantagem para o pelotão, que tinha o russo Egor Orudzhev puxando a fila, com Matevos Isaakyan, da Armênia, em terceiro.

Quadriculada preto e branca e o punho da vitória para o piloto da Lotus
Orudzhev tentou pressionar e chegou a reduzir a vantagem do brasileiro para cinco segundos, mas não teve como se aproximar muito mais. Binder, por sua vez, foi superado por Alfonso Celis Júnior. O mexicano, terceiro piloto da Force India, fez boa recuperação e ainda buscou Isakyaan para ser o terceiro e figurar no pódio.
Na bandeirada, o sobrenome Fittipaldi sobrou bastante na tabela de tempos. “Tive um problema no escapamento e perdi um pouco de velocidade, aí precisei adaptar um pouco a pilotagem”, comentou o garoto, garantindo que não foi só um passeio de sábado à tarde. “A Lotus me deu um grande carro e conseguimos as duas pole-positions”, salientou Pietro, que largará na frente também para a segunda parte da rodada dupla, neste domingo.

Brasileiro perdeu performance com problema no escapamento, mas segurou a liderança
Videocast 300 por Hora analisa GP da Inglaterra e lembra da batalha lendária de Senna e Prost
O GP de Silverstone foi temperado pela chuva, que embaralhou as disputas pelo pódio e por pouco não gerou duelo direto entre os postulantes ao título. Mas o safety car polêmico do início, os problemas de Rosberg e a punição esquisita pelo uso do rádio mudaram um pouco a história. Cristiano Munari e Bernardo Bercht analisam a vitória de Lewis Hamilton e os detalhes da corrida no Videocast 300 por Hora. Tem também o momento memória com o GP do Japão de 1989 com duelo fratricida das McLaren de Ayrton Senna e Alain Prost.
Hamilton vence na Inglaterra e problema impede briga direta de Rosberg
A chuva gerou um GP da Inglaterra movimentado, mas com menos alternativas do que se esperava neste domingo. Lewis Hamilton comandou de ponta a ponta do molhado para o seco e ainda contou com a sorte para não ser ameaçado pelo rival na luta pelo título Nico Rosberg. Na linha de chegada, o que valeu foi a dobradinha da Mercedes, com festa para o público britânico e o jovem Max Verstappen em terceiro. Após a corrida, Rosberg foi punido com dez segundos e caiu para terceiro por conta de instruções de rádio da equipe para solucionar falha no câmbio, caindo para terceiro. O time recorreu da punição, o que será avaliado posteriormente.
Todo mundo queria corrida, mas o diretor ultraconservador Charlie Whiting segurou o safety-car na pista. Seguindo a tradição que o pneu de chuva é só para andar sob bandeira amarela, ele só autorizou a largada com a maior parte da pista quase seca. Quando o safety-car recolheu, boa parte dos pilotos foi para os pits colocar o pneu intermediário. Mas as duas Mercedes, Verstappen, Sérgio Perez e Carlos Sainz continuaram na pista.
Teriam perdido tempo para os adversários, não fosse a saída de pista de Pascal Werhlein. Apesar de estar longe do traçado, na brita, Whiting atuou de novo com um safety-car virtual, beneficiando amplamente os que não tinham parado ao restringir a velocidade. Ficou um buraco, entre o sétimo lugar Kimi Raikkonen, e o sexto Perez. Todos conseguiram trocar para intermediários com brigas nos pelotões distintos, mas a sensação de divisão injusta de forças.
Nesse momento, a disputa mais furiosa era pelo oitavo lugar, envolvendo Felipe Massa, Valtteri Bottas, Nico Hulkenberg e Fernando Alonso. Esses dois últimos, logo passariam Bottas que fez a pior corrida da carreira despencando para as últimas posições. Hulkenberg conseguiu passar Massa antes de todo mundo partir para os boxes em busca de pneus slick.
Rosberg podia ter arriscado aí, mas espelhou a tática de Hamilton na troca para borracha de pista seca. O primeiro a mudar foi Vettel. Ganhou tanto tempo, que logo a Ferrari chamou Raikkonen. O problema do alemão é que errou na dose na Copse e saiu da pista, rodando e perdendo um monte de posições. Raikkonen escapou também, mas conseguiu controlar, cedendo menos tempo. O líder da corrida parou e Rosberg veio logo atrás. Não sem antes tomar a ultrapassagem de Max Verstappen, o mais rápido com os pneus intermediários quando a pista começou a secar.
A essas alturas, Alonso era um dos mais rápidos de pneu slick e atacava Massa. Tentou passar com duas rodas na grama, mas faltou motor. Duas voltas depois, a turbulência fez perder o controle, rodar e quase bater no muro. Voltou, mas sem chances de pontuar. Massa fazia uma corrida honesta, apesar da falta de aderência. Quando era nono, entretanto, foi espremido para fora da pista por Vettel e resolveu trocar pneus. Erro tático que lhe tirou qualquer chance de pontuar.
No seco, Rosberg conseguiu tirar a diferença para Verstappen. Atacou durante diversas voltas, mas o holandês mudava mais de uma vez de trajetória na reta Hangar, impedindo a ultrapassagem. Não veio alerta da direção de prova, apesar das reclamações de Rosberg. Ainda assim, conseguiu a ultrapassagem quando o holandês caiu na própria armadilha. Depois de fechar por dentro, Verstappen tentou voltar, deu uma balançada, o que permitiu a Rosberg superá-lo por fora.
Imediatamente o alemão começou a tirar muita diferença para Hamilton. Reduziu a desvantagem de oito segundos para cinco, mas aí começou um drama. A sétima marcha começou a trancar e a equipe precisou passar instruções para solucionar o problema. Verstappen se aproximou, mas não conseguiu a ultrapassagem. Terminou mesmo com festa inglesa, com Hamilton cruzando em primeiro, Rosberg em segundo e Verstappen em terceiro. O quarto foi Ricciardo, pensando que o virtual safety car atrapalhou sua disputa pelo pódio.
O quinto foi Raikkonen, que ainda passou Sérgio Perez, finalmente superando o buraco causado pelo diretor de prova no começo da corrida. Hulkenberg apareceu em sétimo, logo atrás do companheiro de equipe, enquanto Carlos Sainz escapou de uma rodada espalhafatosa para ser oitavo. Vettel cruzou como oitavo na pista, mas acabou em nono ao ser punido pela manobra para cima de Massa, enquanto Daniil Kvyat fechou em 10º, com o brasileiro em 11°.
Confira os resultados:
Hamilton crava pole com folga e faz festa da torcida no GP da Inglaterra
Silverstone teve o sábado do “sustinho”, mas fez a festa com a pole-position de Lewis Hamilton para o GP da Inglaterra. Sustinho porque na hora de definir a primeira fila o inglês teve sua melhor volta excluída por exceder os limites da pista. Um grande susto mais cedo, ainda no treino livre, quando Marcus Ericsson perdeu o controle de sua Sauber e bateu muito forte na Stowe. A direção chegou a sair do lugar com o impacto, mas o sueco saiu ileso. Na hora do vamos ver, entretanto, Hamilton cravou 1min29s287 e deixou Nico Rosberg quase meio segundo atrás em segundo.
A Mercedes voltou a andar numa classe em separado no traçado britânico, quase um Brexit da Fórmula 1. Max Verstappen foi quem ficou menos longe, precisando de binóculo para ver os carros prateados, ao virar 1min30s313 com sua Red Bull. Foi a primeira vez que classificou mais rápido que Daniel Ricciardo, o quarto. A tendência foi de trenzinhos nas primeiras filas, com a Ferrari ocupando o quinto e o sexto posto. Para comemorar seu novo contrato, Kimi Raikkonen foi mais rápido que Sebastian Vettel em quinto, mesmo após sofrer uma rodada que ameaçou sua passagem para o Q3.
Passamos à turma que só enxergou as Flechas de Prata com telescópio, ou na TV. Valtteri Bottas fez o trabalho honesto que já conhecemos para conquistar o sétimo lugar, tomando quase dois segundos para Hamilton. Atrás dele vieram Nico Hulkenberg de Force India e Carlos Sainz de Toro Rosso. Fernando Alonso fechou os dez primeiros na casa da McLaren, mas podia ter sido oitavo com o novo motor Honda. Uma beliscada fora da pista, entretanto, tirou sua melhor passagem.
Chegamos à turma dos degolados no Q2, que literalmente só assistiram no monitor a disputa da pole-position. Sérgio Perez não conseguiu todo aquele brilho usual em 11º com a Force India. Em 12º, Felipe Massa não ajudou nada sua campanha por um cockpit em 2017 com uma volta horrorosa, muito pior que a do colega Bottas, que seguiu ao Q3 com folga. E não teve erro aparente, foi mesmo falta de performance.
As duas Haas F1 vieram em seguida, com Romain Grosjean à frente de Esteban Gutierrez e sem maiores chances de um desempenho superior. Quem poderia ter avançado foi Daniil Kvyat, mas o russo encontrou Kevin Magnussen de chicane ambulante à frente, o que destruiu sua volta.
Magnussen que tinha surrupiado a vaga para sair do Q1 de Jenson Button. O piloto da Renault parecia ter saído dos limites do traçado na sua melhor volta e teve ela excluída. Só que o time recorreu e provou que um pelinho de pneu garantia a legalidade, deixando Button chupando o dedo nos boxes, após todo pimpão acreditar que estaria no Q2. Nessa turma do fundão, ninguém pior que Felipe Nasr, o que constrangedoramente vem se tornando padrão. O brasileiro ficou a quatro décimos da Manor de Pascal Werhlein em 21°. Isso exatamente por conta da batida do companheiro Ericsson, que nem treinou.
Confira os tempos:
Hamilton lidera e Red Bull tenta pressionar em Silverstone
A Fórmula 1 está no seu autódromo mais tradicional e Lewis Hamilton manteve a etiqueta dos últimos anos com o melhor tempo para a Mercedes. Tudo indicar que ele e Nico Rosberg terão uma boa vantagem para o GP da Inglaterra em Silverstone e, nesta sexta-feira, apenas Daniel Ricciardo ficou a menos de meio segundo do 1min31s660 do britânico.
As Red Bull parecem mesmo credenciadas a maiores desafiantes, com as sequências de curvas de média velocidade ajudando no pacote desenhado por Adrian Newey e mitigando o déficit de potência do motor Renault. Max Verstappen foi o terceiro dois décimos atrás de Ricciardo.
Resta saber, contudo, como os pneus vão funcionar para os “energéticos”, já que em ritmo de corrida a Ferrari tem se mostrado mais forte no quesito. Sebastian Vettel foi o quarto quase 1 segundo pior que Hamilton, mas acumulando mais quilometragem que qualquer um, com 40 voltas na sessão. De contrato renovado, Kimi Raikkonen foi 0s166 pior em quinto.
Eis a McLaren se aproximando da ponta certa da tabela, com Fernando Alonso em sexto de motor Honda atualizado com um pouco mais de potência e recuperação de energia para as retas consideráveis de Silverstone. Virou 1min33s040, a 1,3s do melhor tempo. O melhor começo de fim de semana para o espanhol em muito tempo.
O sétimo foi Valtteri Bottas com a Williams cada vez mais mergulhada no fundo do pelotão e a quase dois segundos dos melhores. Romain Grosjean chegou ali com a Haas para fazer pressão em oitavo. O time americano parece ter resolvido seus problemas com aquecimento de pneus e vai incomodar. Jenson Button colocou a outra McLaren no top ten, enquanto Felipe Massa foi o décimo naquela já conhecida rotina de ser três décimos mais lento que Bottas.
Mais positivo foi o dia de Felipe Nasr, que de pacote aerodinâmico renovado, o primeiro da Sauber em 2016, anotou o 14º tempo, ficando longe do fundo do pelotão e à frente das Force India. E Rosberg? Buenas, o alemão teve um problema de vazamento de líquido de refrigeração antes da sessão e a Mercedes precisou desmontar todo o seu carro. Ficou parado no pit sem registrar volta. Na primeira sessão, tinha sido segundo, mas terá de correr atrás do preju!
Confira os tempos:
Matheus Leist vence em Silverstone e pressiona pelo título na F3 Britânica
O gaúcho Matheus Leist continua sentando a bota e somando vitórias na Europa. No último fim de semana, ele venceu uma das corridas na etapa de Silverstone da Fórmula 3 britânica, sua terceira conquista em 2016. Ele somou 55 pontos na rodada dupla dentro do templo do automobilismo britânico e se aproximou do líder do campeonato. Agora, são 22 pontos para o britânico Ricky Collard.
Bastante competitivo durante todo o final de semana, Matheus Leist liderou três dos quatro treinos oficiais realizados em Silverstone, e na tomada de tempos, com a diferença mínima de apenas 3 milésimos de segundo, ficou com a segunda colocação no grid de largada da primeira prova. Ainda no sábado foi realizada a primeira das três provas previstas para a quinta rodada do ano.
O segredo foi a largada. Leis atropelou Thomas Randle e abriu vantagem para buscar sua vitória. No dia seguinte, mesmo largando em oitavo pelo grid invertido, foi arrojado nas ultrapassagens sob piso molhado e escalou o pelotão até fechar em terceiro lugar.
Na prova final do fim de semana, o gaúcho largaria na pole-position, mas aí faltou um pouco de sorte. Um temporal tomou conta da pista e a corrida acabou cancelada. “Foi um ótimo final de semana, fui o piloto que mais pontuou e continuo em terceiro no campeonato, mas muito mais próximo dos dois primeiros colocados”, avaliou Leist.
“Ainda não sabemos o que será feito em relação a esta prova que não foi realizada, mas se ela acontecer largarei na pole, o que já é um bom início. De qualquer maneira, nossas projeções continuam se revelando acertadas e, faltando três rodadas para o final, continuo forte e me aproximando cada vez mais da luta pelo título”, comemorou o piloto da inglesa Double R Racing.
Confira a pontuação:
1 Ricky Collard – 298 pontos
2 Thomas Randle – 279
3 Matheus Leist – 276
4 Toby Sowery – 259
5 Enaam Ahmed – 222
6 Aleksanteri Huovinen – 177
7 Lando Norris – 175
8 Thomas Maxwell – 161
9 Enzo Bortoleto – 159
10 Tarun Reddy – 144