"1899": criadores de "Dark" lançam série inspirada na crise de refugiados e no Brexit

"1899": criadores de "Dark" lançam série inspirada na crise de refugiados e no Brexit

Seriado, disponível na Netflix, mantém a atmosfera sombria do antecessor

AE

Personagens da série '1899', dos mesmos criadores de 'Dark'

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Inspirados na crise europeia de refugiados, em 2015, e no Brexit, em 2020, os criadores de "Dark" decidiram retornar a atmosfera sombria em sua nova série no streaming. 1899, de Baran bo Odar e Jantje Friese, estreou nesta quinta-feira, dia 17 de outubro e já está entre os assuntos mais comentados nas redes sociais.

Na história, o navio Kerberos deixa a Europa rumo à América. De diferentes origens europeias, os passageiros compartilham as mesmas esperanças em uma terra distante.

No caminho, a embarcação encontra o Prometheus, outro navio que havia sumido misteriosamente alguns meses antes. O paradeiro de ambas tripulações esconde segredos sinistros e o sonho de uma nova vida se transforma em pesadelo.

A expectativa de que a nova produção mantenha o sucesso de sua antecessora é grande por parte do público. Em entrevista ao Estadão, Baran garantiu haver semelhanças no gênero e estética, porém o intuito da trama é completamente diferente.

"Estamos jogando novamente com uma peça dramática de época. Como em Dark, que começou como um típico programa policial e se transformou nessa grande viagem no tempo, temos uma abordagem semelhante em 1899, de que estamos misturando gêneros", explica.

No entanto, enquanto o seriado de 2017 é mais lento, o diretor caracteriza "1899" como uma "montanha-russa". "É uma câmera portátil em constante movimento. Muitos idiomas, pessoas conversando muito, lutando, gritando, correndo e pulando", afirma.

Como mencionado pelo diretor, a série possui muitos idiomas, pois cada ator fala em sua língua materna. Isso porque, na história, os imigrantes vêm de diversas regiões da Europa.

Aqueles que optarem pelo áudio original vão escutar alemão, inglês, espanhol, português, francês, polonês, dinamarquês, norueguês, cantonês e japonês. Essa pluralidade cultural foi um pilar fundamental desde a concepção da série.

"Com a crise dos refugiados e o Brexit, a Europa que conhecemos estava se desfazendo, de forma muito instável e assustadora. Queríamos voltar à ideia da Europa e dos europeus trabalhando e criando juntos, esses eventos nos inspiraram na criação da série, que contou com uma equipe internacional também", disse Jantje Friese.

Personagens

Além da estética, os diretores também trouxeram um ator do elenco de "Dark" para "1899". O capitão Eyk é interpretado por Andreas Pietschmann, que viveu a versão adulta do Jonas em Dark.

Na nova produção, o artista descreve seu personagem como melancólico e afirma que todos estão fugindo de algo durante a jornada no navio. "Cada um dos personagens tem seu próprio motivo para fugir de algo, e talvez eles nem saibam que estão fazendo isso e só estão descobrindo durante aquela viagem", iniciou.

"Eyk viu coisas na vida que fizeram dele o que ele é. Decepcionado, apenas ficando consigo mesmo, não falando com ninguém, bebendo muito. Ele é um mistério para todos. Mas o que acontece no oceano vira seu mundo de cabeça para baixo", reiterou.

Aneurin Barnard, que dá vida a Daniel, analisa que a viagem das personagens é uma metáfora sobre a força do coletivo: "Cada passageiro está em uma jornada literal e aquele navio é uma metáfora de que todos têm lutas e danos de maneiras diferentes, mas, inevitavelmente, estão em busca desse sonho americano".


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