A história de um ícone do jornalismo alternativo

A história de um ícone do jornalismo alternativo

História do semanário carioca O Pasquim, retratada em livro pelo jornalista porto-alegrense Márcio Pinheiro, tem lançamento hoje na Capital

Luiz Gonzaga Lopes

Márcio Pinheiro e seu novo rebento literário, um livro sobre a história do semanário O Pasquim

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O Pasquim foi um jornal semanal que fez história, um ícone do jornalismo alternativo brasileiro. Fundado no Rio de Janeiro, em junho de 1969, era o sonho de todo o jornalista, segundo Marcio Pinheiro, jornalista gaúcho, autor de “Rato de Redação: Sig e a história do Pasquim", (Matrix) que tem lançamento hoje, às 19h, na Livraria Cultura do Bourbon Country (Tulio de Rose, 80). No texto recheado da fluidez característica do autor, está o caminho de 22 anos percorrido pelo tabloide, nascido sob o signo do deboche, que vai do timaço formado por Luiz Carlos Maciel, Millôr Fernandes, Ivan Lessa, Henfil e Paulo Francis; Sérgio Cabral, Ziraldo, Jaguar e Martha Alencar; Sérgio Augusto e Miguel Paiva, capitaneados pelo jornalista gaúcho Tarso de Castro até seu ocaso e as tentativas de trazê-lo de volta. 

“É um projeto que eu tinha há anos. Em 2019, ano do cinquentenário do jornal, achei que seria um bom momento e que meu livro estaria entre outros lançamentos sobre o tema. Para minha surpresa não saiu nada - nem mesmo o meu. Nestes três anos - de pandemia e outros problemas - peregrinei por editoras, ofereci a ideia, formatei projetos e propostas até encontrar a Matrix, de SP, que se entusiasmou e publicou”, conta Márcio.

Sobre O Pasquim na atualidade, Márcio diz que não seria possível: “Um outro Pasquim, igual ao Pasquim, seria impossível. Pelo formato, pela periodicidade, pela proposta (que fatalmente sofreria cancelamentos) e, principalmente, pelos personagens e pelo contexto histórico. Mas não sou tão pessimista. Acredito que caiba aos jornalistas atuais pensarem em algo que possa seguir alguns ensinamentos do Pasquim: coragem, audácia, criatividade, curiosidade e pluralismo. Se surgir, gostaria de estar dentro”. O jornalista complementa: "Aquele jornalismo naquelas condições não se recupera mais. Como também não vi nada semelhante surgir depois do Pasquim, ainda tenho esperança que o jornalismo brasileiro passe por uma revolução semelhante".

A respeito do título do livro e da escolha do Sig como o símbolo, Márcio afirma: “O Sig, criação do genial Jaguar, talvez seja um dos símbolos editoriais mais importantes do Brasil. Foi este rato, atrevido e debochado, que deu cara ao jornal. Uma publicação que era tão ampla, plural, feita por jornalistas das mais diferentes tendências, teve no Sig a sua melhor síntese”. 

Em relação aos projetos atuais e aos futuros, Márcio não dá muitos spoilers: "Estou sempre tentando me equilibrar em ideias e projetos que se concretizem. Se for possível unir o trabalho ao prazer, escrevendo sobre o que gosto, como no caso do Pasquim e da AmaJazz, aí é o ideal. Mas não é fácil. Viver de escrever - e tu sabes bem como é - exige muito e nem sempre a recompensa é imediata. Não, não tenho algum outro livro engatilhado".


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