"A mulher arrasada" volta a cartaz para debater racismo

"A mulher arrasada" volta a cartaz para debater racismo

Peça foi a vencedora dos Prêmios Açorianos e Braskem em 2018

Correio do Povo

Peça conta a história de Claudia Silva Ferreira, alvejada pela Brigada Militar

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Entrelaçando um caso verídico com ficção, “A Mulher Arrastada”, vencedora dos Prêmios Açorianos e Braskem 2018, propõe uma reflexão sobre as barbáries a que a população negra da periferia é submetida diariamente. Com direção de Adriane Mottola, a montagem escrita por Diones Camargo volta a cartaz, de hoje até 23 de junho, no Estúdio Stravaganza (Olinto de Oliveira, 64), sempre sextas e sábados, 20h e domingos, às 18h.

Na manhã de 16 de março de 2014, Cláudia Silva Ferreira, 38 anos, saiu para comprar pão para seus quatro filhos biológicos e quatro adotivos, no Morro da Congonha (RJ), quando foi brutalmente alvejada pela Polícia Militar. Após os tiros, o corpo da mulher negra, que trabalhava como faxineira em um hospital, foi jogado às pressas no camburão da viatura. No trajeto, a porta se abriu e ela foi arrastada, ainda com vida, por cerca de 350 metros pelas ruas da capital fluminense, sob o olhar horrorizado de motoristas e pedestres.

Ao chegar ao hospital, o cadáver esfolado evidenciava a barbárie a que esta cidadã foi submetida. Depois vieram as acusações dos policiais envolvidos, a omissão do nome da vítima, o tratamento impessoal dado pela imprensa, o velório com o caixão fechado – para evitar a comoção pública – e o inevitável esquecimento da notícia e do fato em si. A peça-manifesto está viajando por 28 cidades, de dez estados brasileiros, na programação do Palco Giratório Sesc, ao longo de 2019.

Celebração 

Já o Núcleo de Experimentação e Expansão da Linguagem Cênica (Neelic) celebra 15 anos com uma agenda intensa, que inclui o novo trabalho, “Merda!”, em sua sede (avenida França, 1149), de sextas a domingos, 20h. As relações éticas entre os seres humanos e destes com a própria vida e o país é o mote da peça dirigida por Desirée Pessoa. Utilizando-se da saudação de elencos antes de entrarem em cena e do adubo, um dos elementos que garante a vida no planeta, o espetáculo questiona que vida queremos; como se dão as relações sociais, políticas e econômicas na contemporaneidade e em que lugar está a discussão sobre o valor da vida no cotidiano das pessoas. A obra integra o projeto Grupo Neelic: 15 Anos de Teatro, Performance e Arte Pública Acessível a Todos, financiado pelo Pró-Cultura RS, da Secretaria de Estado da Cultura.


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