Academia Sueca destitui secretária permanente por escândalo de assédio
Instituição está sofrendo por causa dessas relevações desde novembro
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A onda de denúncias generalizadas que vieram à tona com o movimento #MeToo permitiu em novembro a revelação de relações estreitas entre a Academia e "uma personalidade do mundo da cultura" de nacionalidade francesa acusada de estupros e agressões sexuais por acadêmicas, esposas de acadêmicos, suas filhas e outras mulheres. Em novembro passado, o jornal Dagens Nyheter publicou os testemunhos de 18 mulheres que afirmavam ter sofrido violência ou assédio por parte dessa pessoa, marido de uma acadêmica sueca, a poetisa e dramaturga Katarina Frostenson.
A academia rompeu suas relações com o francês e pôs fim aos subsídios ao local de exposições que dirige em Estocolmo, frequentado pelas elites culturais. Iniciou ainda uma investigação interna e contratou um escritório de advogados. Ainda não se sabem das conclusões.
Os acadêmicos estão sujeitos a um estrito dever de reserva. Essas medidas não impediram que a Academia entrasse em uma grave crise, que levou no dia 6 de abril à renúncia de três acadêmicos, contrários à decisão do organismo de reafirmar sua confiança em Katarina Frostenson, que finalmente também renunciou nesta quinta-feira. Sara Danius, professora de literatura na Universidade de Estocolmo, secretária permanente desde 2015, era a primeira mulher a chegar a um cargo com essa responsabilidade.