Antibrexit, John Le Carré pediu nacionalidade irlandesa antes de morrer

Antibrexit, John Le Carré pediu nacionalidade irlandesa antes de morrer

Informação foi dada pelo seu amigo, o também escritor Philippe Sands, em artigo publicado pelo jornal The Times

AFP

Autor morreu em dezembro de 2020, aos 89 anos

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John Le Carré, o mestre britânico dos romances de espionagem profundamente contrário ao Brexit, adotou a nacionalidade irlandesa pouco antes de sua morte, em dezembro do ano passado, aos 89 anos– revelou um de seus amigos nesta quinta-feira. "John Le Carré, cronista dos ingleses, morreu sendo irlandês", escreveu seu amigo, o escritor Philippe Sands, em artigo publicado pelo jornal The Times.

Sands conta que um dos filhos do romancista, Nick, fez-lhe essa revelação enquanto preparava um programa de rádio. Depois de se dar conta de que tinha origens irlandesas, o escritor, cujo nome verdadeiro era David Cornwell, viajou para o sul da Irlanda. "Foi para Cork, de onde sua avó era, e foi recebido pela arquivista da cidade em um lugar muito pequeno", que lhe "disse 'bem-vindo ao lar'", relatou seu filho a Sands.

Esta visita lhe causou um "transtorno emocional", assegura o amigo, acrescentando que, "quando morreu, já era cidadão irlandês". Segundo Nick, "uma das últimas fotos" que ele tem de seu pai o mostra "sentado, enrolado em uma bandeira irlandesa, sorrindo".

Le Carré escreveu 25 romances e um volume de memórias, "O túnel de pombos" (2016). Vendeu, no total, mais de 70 milhões de livros no mundo inteiro. Para sua obra literária, inspirou-se em sua carreira anterior como agente secreto, arruinada por uma agente dupla britânica que revelou sua identidade e a de muitos de seus compatriotas à KGB soviética. Em seu último romance, "Agente em campo" ("Agent Running In The Field", 2019), este eurófilo retrata o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, como um "porco ignorante" e classifica o Brexit de "loucura".


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