Bar Parangolé completa 15 anos na cena cultural

Bar Parangolé completa 15 anos na cena cultural

Tradicional casa noturna, localizada na Cidade Baixa, está apostando no serviço de tele-entrega para resistir à pandemia

O proprietário Claudio Freitas também é músico

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Nesta terça-feira o bar Parangolé completa 15 anos de história, tendo promovido centenas de shows, além de eventos em outras linguagens, como em literatura, fotografia e dança. Ao longo desta jornada, abriu as portas para artistas estreantes e consagrados, fomentando a cultura local. Apesar da celebração, o momento é de cautela devido à pandemia, apostando no serviço de tele-entrega como alternativa possível para resistir à crise atual.   

A obra homônima de Hélio Oiticica serviu como referência do nome do bar, que abrigou apresentações memoráveis, em diversos estilos – da música popular à erudita, passando pela instrumental e nativista - de ícones da nossa cultura. Um exemplo é a Roda de Choro semanal, que ocorre desde 2006 e faz parte da formação de uma geração de músicos hoje atuantes no cenário nacional, tornando-se ponto de encontro para artistas do gênero, como Elias Barbosa, Mathias Pinto, Luis Machado e Matheus Kleber.  Quando em visita a Porto Alegre, nomes como Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Bebê Kermer, Luiz Barcellos, Samuca do Acordeon, Rafael Ferrari, Pedro Franco e Luiz Carlos Borges lá marcaram presença.  

De 2007 a 2013 sediou apresentações semanais do Professor Darcy Alves, conhecido da boemia local. Outra artista que animou as noites musicais do estabelecimento foi a cantora uruguaia (naturalizada brasileira) Nina Moreno, excelente intérprete de tangos, boleros e demais gêneros latino-americanos. Ainda na área musical, promoveu o Projeto Desconcerto entre 2015 e 2019, oportunizando a performance e a escuta da música clássica no ambiente informal de um bar. “Muitas pessoas nos contam que consideram o Parangolé sua segunda casa. A gente se sente muito feliz por ter conseguido caminhar durante 15 anos, conquistando tanta simpatia de tanta gente boa”, comemora o proprietário Cláudio Freitas, que está sempre no balcão conversando com os amigos e clientes. Músico, ele montou uma boa estrutura para os que lá tocam e cantam, elogiada tanto pela parte técnica como pelo tratamento de respeito e valorização dado. 

Artes como dança e literatura também têm espaço na agenda do bar. Durante anos, o Parangolé foi palco do projeto Noches Flamencas, da Cia de Flamenco Del Puerto. O Palco Parangolé, coordenado pela bailarina Paula Finn, experimentando as artes cênicas no bar, foi outro evento cultural marcante para a história do bar. Desde 2017 sedia o Projeto Leitura em Voz Alta, coordenado pela professora Luiza Milano (UFRGS), evento gratuito e aberto ao público em geral. 

O Parangolé abrigou também duas edições do Sarau Única Negra, que reúne mulheres artistas negras de Porto Alegre, com participações de Gabriela Vilanova (Ospa), Silvia Duarte, Andrea Cavalheiro, Glau Barros, Raquel Leão, Negra Jaque, Celina Alcântara, entre tantas outras. Frequentemente disponibiliza o espaço para escritores e artistas, no lançamento de livros, CDs e exposição de obras de arte. Nos últimos anos, apoiou eventos culturais como o Porto Alegre em Cena, Festival Internacional da Ufrgs, além do lançamento da Revista de Cinema “Zinematógrafo”, cujo projeto teve início no local. 


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