Bibi Ferreira morre aos 96 anos, no Rio

Bibi Ferreira morre aos 96 anos, no Rio

Artista era considerada a grande dama do teatro brasileiro

R7

Em mais de 75 anos de carreira, Bibi se consagrou a grande dama do teatro brasileiro

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Morreu nesta quarta-feira, aos 96 anos, a atriz, cantora e compositora Bibi Ferreira, vítima de uma parada cardíaca, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por Tina Ferreira, filha da estrela. 

Em mais de 75 anos de carreira, Bibi se consagrou a grande dama do teatro brasileiro. No tablado, destaque para as interpretações memoráveis em "Gota d’Água", "Alô, Dolly!", "O Homem de La Mancha" e "Minha Bela Dama". Neste ano, Bibi foi homenageada com um musical que conta a trajetória pessoal e profissional, em um texto assinado por Arthur Xexéo e Luanna Guimarães e direção geral de Tadeu Aguiar.

Trajetória

Nascida Abigail Izquierdo Ferreira, Bibi é filha do ator Procópio Ferreira com a bailarina Aída Izquierdo. A estreia nos palcos seu deu com apenas 24 dias de vida, de forma inusitada, na peça "Manhãs de Sol", de autoria de Oduvaldo Vianna. No espetáculo, Bibi substituiu uma boneca que havia desaparecido da coxia pouco antes do início da atração.

Com 3 anos, a artista já estava em turnê com a mãe e ganhou destaque de estrela da companhia de Eulegio Velasco. "Dança e canta com Maria Cabalallé, e é ovacionada pelo público, pois faz todos os seus números com um ritmo e uma segurança de uma artista de muito anos de prática. É um verdadeiro prodígio", assim destacou o jornal La Nacion, de Buenos Aires, em 1925.

Filha do ator Procópio Ferreira, um dos mitos do teatro brasileiro no século 20 e dono de uma das companhias teatrais mais influentes do Brasil, Bibi não teve como escapar da carreira de atriz. A estreia ao lado do pai se deu em 28 de fevereiro de 1941 na peça "O Inimigo das Mulheres" (La Loncadeira), de Carlos Goldoni, no Teatro Serrador, no Rio de Janeiro. Ela interpretava Mirandolina, a protagonista do clássico italiano.

A artista estudou na Royal Academy of Dramatics de Arts, em 1946, e, quando retornou, dirigiu o pai no espetáculo "Divórcio". Assim como o pai, ela também teve a própria companhia teatral. Contratou interpretes modernas como Cacilda Becker e Maria Della Costa. Em seguida, se tornou umas das primeiras diretoras de teatro brasileiro. 

Na década de 1960, vieram muitos sucessos, um deles foi o musical "My Fair Lady", estrelado por ela e Paulo Autran. Dez anos depois, dois outros musicais a colocaram no topo: "O Homem De La Mancha" e "Brasileiro: Profissão Esperanç"a, de Paulo Pontes e Vianinha, que na versão com Paulo Gracindo e Clara Nunes torna-se um dos maiores sucessos do teatro nacional.


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