"Black Mirror: Bandersnatch" testa interatividade na Netflix com cinco finais possíveis

"Black Mirror: Bandersnatch" testa interatividade na Netflix com cinco finais possíveis

Filme da série permite que espectador faça escolhas que guiam o protagonista em sua jornada

Correio do Povo

Fionn Whitehead interpreta Stefan, o protagonista do filme interativo

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A Netflix disponibilizou nesta sexta-feira o aguardado "Black Mirror: Bandersnatch", primeiro filme interativo para adultos feito pelo serviço de streaming. Dirigido por David Slade, o projeto permite que o espectador tome algumas decisões pelo protagonista – para isso, aparecem na tela duas opções e é preciso selecionar uma delas em poucos segundos.

Ao todo, "Bandersnatch" apresenta cinco finais diferentes e tem tempo médio de visualização de 90 minutos - mas não há um tempo oficial, já que isso depende dos rumos tomados por cada espectador. Também há diversas variações da história que acompanha o jovem programador Stefan, vivido por Fionn Whitehead. Na trama, ambientada nos anos 1980, ele adapta um livro interativo para o videogame, mas acaba tendo experiências alucinantes ao misturar o mundo virtual e a realidade.

Em entrevista recente à "Variety", o criador da série, Charlie Brooker, e a produtora Annabel Jones contaram que inicialmente não concordaram com a ideia da Netflix de testar a interatividade em "Black Mirror". Jones explicou que a equipe não gostava dos exemplos de narrativas com múltiplas escolhas para público e que considerou que apenas uma das ideias a serem exploradas na quinta temporada do seriado permitiria esse tipo de interação.

"Bandersnatch" surgiu justamente dessa ideia. E para tornar possível essa experiência cinematográfica que mistura elementos de game, a Netflix desenvolveu uma ferramenta de escrita que possibilita a criação de narrativas complexas que incluem programações que guiem o espectador de volta à linha original. A empresa estima que a história tem mais de um trilhão de variações, mas que não necessariamente implicam em caminhos ou linhas de narrativas totalmente distintas.

As escolhas, por sinal, começam bastante simples - como o que o protagonista vai comer ou que música ele vai ouvir. “Queríamos que os espectadores tivessem uma escolha bem-sucedida no início”, explicou Carla Engelbrecht, diretora de inovação da Netflix, ao “The Hollywood Reporter”. Mas, na medida em que a história avança e cada um passa a guiar Stefan ativamente, as escolhas vão ficando mais sofisticadas.

"Você está tomando uma decisão sobre o seu protagonista e o que ele tem a fazer", comentou a Annabel Jones ao "The Hollywood Reporter". "Se não fosse interativo, você apenas assistiria e provavelmente ficaria chocado e preocupado e assustado por ele naquele momento. Se você está tomando essa decisão, como isso afeta sua relação com o filme?", questionou, deixando no ar o "quão 'Black Mirror'" é a nova produção.

Em um comunicado, a Netflix disse que "há escolhas a serem feitas, desafios a serem superados, perigos a serem encontrados e, como tudo na vida, consequências a serem enfrentadas". "Escolher sabiamente pode levar ao triunfo, mas seguir o caminho errado pode terminar em desastre - mas quem diz o que é 'certo' e 'errado'? E não se preocupe, porque uma vez que a experiência chega ao fim, você pode - e deve! - voltar e fazer uma nova escolha, alterando a sua trajetória e quem sabe até transformando o final", acrescentou.


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