Blanca Brites fecha série de lives “O Fio de Ariadne”

Blanca Brites fecha série de lives “O Fio de Ariadne”

Crítica de arte conversa com curadora da mostra de cerâmicas e tapeçarias da Fundação Iberê Camargo

Vera Pinto

Crítica de arte Blance Brites

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Neste sábado, a Fundação Iberê Camargo realiza a última live da série "O Fio de Ariadne", em que a curadora Denise Mattar conversa com a crítica de arte Blanca Brites sobre as cerâmicas que serão expostas na próxima exposição do centro cultural. A transmissão será às 11h, pelo perfil do Instagram @fundacaoibere.

No texto para o catálogo, "Esmalte Cerâmico – Desafio Enfrentado por Iberê Camargo", Blanca escreve: “Luiza Prado e Marianita Linck foram as parceiras escolhidas por Iberê Camargo no momento em que ele esteve motivado a trabalhar com esmalte cerâmico, na década de 1960. O fato do pintor ter selecionado dois ateliês distintos para fazer essas pinturas em nada alterou o efeito final obtido, uma vez que ele seguia a mesma maneira de trabalhar suas telas, obedecendo, é claro, às exigências do novo suporte. Percebe-se que Iberê se lançou com vontade à nova técnica mas, mesmo com sua experiência, deve ter sido um desafio, sobretudo, quando a matéria se transforma, ganha brilho, opacidade, transparência, rugosidade, textura, após a misteriosa mágica do fogo. Necessário considerar, ainda, que o esmalte cerâmico em porcelana apresenta uma diferença na cor depois da queima, especialmente quando se faz experimentos. Assim, até para artistas de reconhecido domínio técnico, a abertura do forno é sempre uma incógnita. Concernente à sua arte, é notório que Iberê se mostrava muito exigente, portanto, a escolha de Luiza Prado e de Marianita Linck para auxiliá-lo evidencia a confiança que o artista depositava nelas. Ao se lançar ao desafio que implicava entregar-se a uma matéria nova, optou ser guiado por mãos amigas e de competência profissional."

Durante as décadas de 1960 e 1970, além de sua intensa produção em pintura, desenho e gravura, Iberê Camargo realizou trabalhos em cerâmica e tapeçaria. Eles respondiam a uma demanda do circuito de arte, herdada da utopia modernista, que preconizava o conceito de síntese das artes; uma colaboração estreita entre arte, arquitetura e artesanato. Com assessoria técnica das ceramistas Luiza Prado e Marianita Linck, o artista realizou, nos anos 1960, um conjunto de pinturas em porcelana, com resultados surpreendentes. Na década seguinte selecionou um conjunto de cartões, que foram transformados por Maria Angela Magalhães em impactantes tapeçarias. 

A exposição “O Fio de Ariadne” – prevista para abril último e adiada por conta da pandemia -  reunirá cerca de 37 cerâmicas, sete tapeçarias de grandes dimensões e cartões pintados por Iberê, e gravuras. A mostra será complementada por uma cronologia ilustrada, reunindo fotos e depoimentos de algumas das mulheres que marcaram presença na vida de Iberê, como a esposa, Maria Coussirat Camargo,a artista Djanira, as ceramistas Luiza Prado e Marianita Linck, as artistas Regina Silveira e Maria Tomaselli, a tapeceira Maria Angela Magalhães, a gravadora Anna Letycia, a escritora Clarice Lispector, as gravadoras Anico Herskovits e Marta Loguercio, a galerista Tina Zappoli, a produtora cultural Evelyn Ioschpe, a cantora Adriana Calcanhotto e a atriz Fernanda Montenegro.

 


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