Bruna Marquezine estreia como protagonista em “Vou Nadar até Você"

Bruna Marquezine estreia como protagonista em “Vou Nadar até Você"

Filme de Klaus Mitteldorf foi exibido no 47° Festival de Cinema de Gramado

Adriana Androvandi

Klaus Mitteldorf e Bruna Marquezine no tapete vermelho do Festival de Cinema de Gramado

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O longa-metragem brasileiro em competição do 47º Festival de Cinema de Gramado exibido na noite dessa segunda-feira, no Palácio dos Festivais, foi "Vou Nadar até Você", de diretor Klaus Mitteldorf. Trata-se de um road movie com a personagem Ofélia, interpretada por Bruna Marquezine, que faz sua estreia no cinema.

Ofélia é uma linda jovem que decide ir em busca do pai, que ela não conhece pessoalmente. Sua mãe optou por cria-la sozinha. Ofélia sabe pouco do pai, apenas que é um fotógrafo alemão (Peter Ketnath). Após um tempo na Alemanha, ele retorna ao Brasil para apresentar uma instalação artística. O inusitado é que ela decide ir atrás dele nadando pelo mar.

Desta forma, sua jornada alterna caminhadas a pé, caronas de carro ou caminhão e natação pelo mar. Antes de partir, ela envia uma carta ao pai. Após ler o conteúdo, o pai envia um amigo (Fernando Alves Pinto) para acompanhar a jornada da garota de longe.

A montagem do filme mescla a narrativa atual com imagens do passado, feitas pelo próprio diretor nos anos 70. "Adoro o mar. Trabalhei como fotógrafo de surfe, além de fotógrafo de moda, por isso quis mostrar a estrada Rio-Santos, a vida de quem mora ao seu redor", explicou o diretor, que está presente nas imagens de arquivo, algumas  feitas em super-8 e outras com uma filmadora 814.

"Apesar de terem sido feitas na época da ditadura militar no Brasil, as imagens mostram um tempo em que muita gente foi se refugiar no litoral, em nichos, e lá se podia ser livre", contou o cineasta. "Vi muita gente nua pela praia naquela época" disse.

Tendo estudado Arquitetura, o diretor apresenta um trabalho muito plástico na sua obra. Seu trabalho com a nudez feminina, marca de seu trabalho fotográfico, está presente no filme, que traz cenas em que os seios da protagonista ficam à mostra. "Me encantei com a força de Ofélia", disse Bruna Marquezine sobre sua personagem. "Foi uma jornada de autoconhecimento", disse a atriz sobre sua atuação, que exigiu um treinamento de natação para as muitas cenas que faz na água.

Apenas em alguns takes foi usada uma dublê. Com um vestido preto na noite da sessão do filme, a atriz está entre as presenças mais badaladas e solicitadas pelo público em Gramado até o momento. Ela esteve acompanha dos pais na sessão.

Manifestação 

Durante o debate da equipe com o público na manhã desta terça-feira no hotel Serra Azul, houve uma manifestação feminina com uma crítica da maneira da atriz ser filmada.  A diretora da APTC-RS, Daniela Strack, que trabalha na área de cinema como assiste de direção, reclamou da forma “fetichizada” como foi exibido o corpo da atriz, sem que um corpo masculino fosse mostrado da mesma forma no longa.

Klaus respondeu dizendo que tem um longo trabalho como fotógrafo, tendo realizado uma exposição fotográfica, nos anos 90, inspirada na personagem de Ofélia, de Hamlet, a série “A Morte de Ofélia”. E que o filme está, por sua vez, embasado naquele trabalho, que é marcado pelo nu feminino.

Os debates são um dos pontos fortes do festival de Gramado, de maneira que equipe e público possam exibir seus pontos de vista, apresentando suas diferentes visões, respeitando a dos demais. 


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