Cannes começa a fazer apostas com seleção muito eclética

Cannes começa a fazer apostas com seleção muito eclética

Em quase duas semanas de competição foram exibidos 21 filmes de todos os gêneros; a entrega do grande prêmio é neste sábado

AFP

Nesta sexta-feira, dia 27, além da exibição de dois filmes, tem conversa com o ator espanhol Javier Bardem falando sobre os 75 anos do festival

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O 75º Festival de Cinema de Cannes encara suas últimas horas de exibições nesta sexta-feira, dia 27, antes da cerimônia de entrega da Palma de Ouro, sem um claro favorito após uma edição muito eclética, em temas e estilos cinematográficos.

Os dois últimos filmes a serem exibidos esta noite são "Un petit frère", de Léonor Serraille, e "Showing up", de Kelly Reichardt.

O júri de nove membros, liderado pelo ator francês Vincent Lindon, dará seu veredicto na noite de sábado.

O festival de cinema mais importante do mundo também comemora seu 75º aniversário. Esta sexta-feira o ator espanhol Javier Bardem vai protagonizar uma das conversas organizadas por este motivo.

Em quase duas semanas de competição e 21 filmes, o júri pôde saborear cinema para todos os gostos.

Filmes sociais e de denúncia talvez tenham sido os dominantes.

Entre eles o iraniano "Holy spider", sobre um serial killer de mulheres, de Ali Abbasi, "Tori et Lokita", dos irmãos belgas Dardenne, sobre menores migrantes, e "RMN", do romeno Cristian Mungiu, sobre racismo e extremismo.

A meio caminho entre o espírito de denúncia e a sátira mais feroz, "Triangle of sadness", do sueco Ruben Ostlund, sobre o mundo dos mais privilegiados.

- Denúncia social -

Outros diretores mostraram sua face mais introspectiva, como "Nostalgia", do italiano Mario Martone, ambientado em uma Nápoles sob o controle da Camorra, ou "Armagedon time", de James Gray, a memória de Nova York nos anos 1980.

"Close", de Lukas Dhont, trata da amizade entre dois adolescentes separados de forma traumática.

Cannes também foi o local escolhido por alguns diretores para trazer à tona problemas familiares, que também serviram novamente para denunciar situações sociais injustas, principalmente das mulheres.

É o caso do iraniano "Leila's brothers", de Saeed Roustaee, que mostra uma família à beira da ruína, ou "Broker" do japonês Hirokazu Kore-eda, sobre o abandono de crianças na Coreia do Sul.

O júri também poderá escolher entre dramas policiais, desde "Holy Spider" até "Decision to Leave", do sul-coreano Park Chan-Wook, sobre um policial e seu romance com uma misteriosa suspeita de assassinato.

"Boy from Heaven", de Tarik Saleh, também é um thriller, ambientado no Egito contemporâneo.

Dramas históricos também estiveram presentes na Croisette.

A competição começou com "Tchaikovsky's Wife", do russo Kirill Serebrennikov, que narra as tribulações da esposa do grande compositor.

O cinema francês esteve bem representado com quatro filmes este ano. "Stars at noon", de Claire Denis, um romance tingido de mistério, "Les Amandiers" de Valeria Bruni-Tedeschi, uma homenagem exaltada ao teatro, e "Frère et soeur" de Arnaud Desplechin, um drama familiar, além de "Un petit frère", marcado para essa noite.

Por fim, para quem prefere cinema fantástico ou experimental, "Eo", de Jerzy Skolimowski, sobre as aventuras de um burro, "Pacification", do diretor espanhol Albert Serra, com uma pitada de espionagem em um exótico Taiti, e, finalmente, "Crimes of the future", sobre órgãos humanos como obras de arte, do canadense David Cronenberg.

No ano passado, o festival premiou um filme polêmico, sobre transexualidade e estilo futurista, "Titane", da diretora francesa Julia Ducournau.

 


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