Pandemia ameaça realização do Carnaval de Porto Alegre

Pandemia ameaça realização do Carnaval de Porto Alegre

Comunidade carnavalesca busca alternativas diante de indefinição por conta da Covid-19

Felipe Samuel

Carnaval de Porto Alegre está ameaçado por conta da pandemia

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Acostumadas a driblar dificuldades financeiras, as entidades carnavalescas se deparam este ano com mais um problema para realizar o desfile do próximo ano: a pandemia do novo coronavírus. Sem poder realizar ensaios e arrecadar recursos, as escolas estão em compasso de espera. O agravamento da doença no Rio Grande do Sul no mês de julho e a ausência de uma vacina para o vírus já colocam em risco o Carnaval de Porto Alegre de 2021. Em meio ao inverno gaúcho, o silêncio e os portões fechados dos barracões do Complexo Cultural do Porto Seco, na Zona Norte, formam um cenário que pouco lembra a alegria dos foliões. 

Numa tarde de sol, apenas algumas crianças quebram o silêncio do local e aproveitam para se divertir na pista onde ocorrem os desfiles, num sinal de que ainda é possível realizar a festa. Apesar dos problemas financeiros, a União das Entidades Carnavalescas do Grupo de Acesso de Porto Alegre (UECGAPA) garante que as entidades carnavalescas mantêm planejamento, mas admite que o novo coronavírus pode impedir a próxima edição do evento. Na avaliação de Nascimento, ao contrário das partidas de futebol, que reúnem dezenas de pessoas, entre árbitros, jogadores e comissão técnica, uma escola de samba de pequeno porte conta com 700 integrantes, o que inviabilizaria desfile nas condições sanitárias atuais.

Diretor de Carnaval da UECGAPA, Valdinei Nascimento explica que o Carnaval exige planejamento com bastante antecedência. "Independentemente do que vai acontecer em 2021, temos que estar com ele preparado. As escolas seguem fazendo contratações, como puxadores, carnavalescos, mestre-sala", afirma. Conforme Nascimento, é preciso deixar tudo acertado com meses de antecipação, mas adverte que janeiro é o mês limite para bater o martelo sobre o evento. Se não tiver definição até lá, não tem como fazer", alerta. Nascimento descarta a possibilidade de um desfile virtual. "Não tem como imaginar carnaval sem público, não tem como desfilar virtualmente. Tanto que o desfile do Rio de Janeiro está com problema por conta da falta de repasse de verba de imagem", observa.

Diretor de Carnaval da UECGAPA, Valdinei Nascimento explica que o Carnaval exige planejamento com bastante antecedência. "Independentemente do que vai acontecer em 2021, temos que estar com ele preparado. As escolas seguem fazendo contratações, como puxadores, carnavalescos, mestre-sala", afirma. Conforme Nascimento, é preciso deixar tudo acertado com meses de antecipação, mas adverte que janeiro é o mês limite para bater o martelo sobre o evento. Se não tiver definição até lá, não tem como fazer", alerta. Nascimento descarta a possibilidade de um desfile virtual. "Não tem como imaginar carnaval sem público, não tem como desfilar virtualmente. Tanto que o desfile do Rio de Janeiro está com problema por conta da falta de repasse de verba de imagem", observa.

O carnavalesco reforça que sem vacina para a Covid-19 e a permissão para ensaios e eventos com público, a realização do Carnaval é inviável. "As escolas têm que ensaiar, recebem recursos dos ensaios. Se não tiver recursos, não tem como fazer", observa, acrescentando que muitos profissionais seguem os preparativos para o desfile. Com recursos da Secretaria Municipal da Cultura, as escolas mantêm oficinas virtuais, com vídeos sobre percussão, adereços, fantasias. Apesar da verba do poder público, ele reconhece que esta edição deve envolver menos custos. "Vai ser um Carnaval muito mais tímido. A ideia é reciclar tudo que tem no barracão, fazer o máximo de contratações na base do mutirão, sem envolver custo. É um cenário totalmente diferente", destaca.

Comunidade carnavalesca busca alternativas para garantir festa no Porto Seco

Para avaliar o cenário de incerteza econômica e sanitária em função da pandemia do novo coronavírus, a União das Entidades Carnavalescas do Grupo de Acesso de Porto Alegre (UECGAPA) detalhou nesta quarta-feira as principais ações da entidade tentar garantir a realização da próxima edição do Carnaval de Porto Alegre. A escolha de uma nova produtora, que deve ser escolhida por meio de edital, e definição de uma programação com antecedência foram alguns dos temas abordados por dirigentes da entidade.

Com discurso de união entre as escolas de samba de todas as categorias, o presidente da UECGAPA, Marcos Vinicio Barbosa Pires - o Kinho - garantiu que não há racha na comunidade carnavalesca e que o foco da direção está em elaborar planejamento com antecedência e assegurar o desfile no Porto Seco. Mesmo com dúvidas em relação à festa e críticas à organização da edição deste ano, a entidade iniciou um balanço sobre as ações tomadas nos últimos anos. A contratação de um escritório de advocacia é uma das medidas anunciadas por Kinho. "Estamos avaliando tudo que não foi cumprido pela empresa", frisa.

Além das dificuldades históricas para dar vida ao evento, Kinho afirmou que a entidade busca resolver vários problemas de organização da última edição, como o desfile da categoria Bronze - que estava programado para ocorrer na Orla do Guaíba e acabou ocorrendo no Complexo Cultural do Porto Seco - e lidar com os desdobramentos da pandemia que se acumularam este ano. "Fica difícil de garantir qualquer andamento ou pensar em Carnaval, mas não tem como ter certeza de que vá acontecer", destaca.

O diretor de Carnaval da UECGAPA, Valdinei Nascimento, reforçou a importância de planejamento com antecedência para evitar falhas em infraestrutura, som, iluminação. "Estamos corrigindo. Criamos o departamento de carnaval com pessoas que têm larga experiência em todos os processos do carnaval", frisa. Por conta da pandemia, Nascimento projeta dificuldade para conseguir patrocínios, 'que estão focados para a área da saúde'. Apesar disso, garantiu que a escolha da produtora será mais cuidadosa e ocorrerá por edital. A produtora vai ter que fazer o que está lá. Não vamos ficar reféns de produtora nenhuma", observa.


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