Cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi deve cumprir seis anos de prisão

Cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi deve cumprir seis anos de prisão

O cineasta foi considerado culpado de "propaganda contra o governo" por apoiar os protestos de 2019 contra a reeleição do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad como presidente da República Islâmica

AFP

O cineasta iraniano Jafar Panahi deve cumprir uma sentença de seis anos de prisão

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O cineasta iraniano e figura da oposição Jafar Panahi, preso na semana passada em Teerã, deve cumprir uma sentença de seis anos de prisão, de acordo com uma decisão de 2010, anunciou a autoridade judicial iraniana nesta terça-feira, dia 19.

Panahi, um dos cineastas iranianos mais premiados, "foi condenado em 2010 a seis anos de prisão (...) e foi transferido para o centro de detenção de Evin para cumprir sua pena", disse o porta-voz da instituição judiciária iraniana, Masud Setayeshi , em coletiva de imprensa.

O diretor, de 62 anos, é um dos cineastas iranianos mais premiados. Ele ganhou o prêmio de melhor roteiro em Cannes em 2018 por "3 Faces", três anos depois de ganhar o Urso de Ouro em Berlim por "Táxi Teerã".

O cineasta foi considerado culpado de "propaganda contra o governo" por apoiar os protestos de 2019 contra a reeleição do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad como presidente da República Islâmica. Detido por dois meses em 2010, Panahi está em liberdade condicional que pode ser revogada a qualquer momento.

Em 11 de julho, Panahi foi preso ao chegar ao tribunal de Teerã quando compareceu no caso de outro diretor de cinema premiado, Mohammad Rasulof. Este último foi preso em 8 de julho junto com seu parceiro Mostafa Aleahmad.

Os cineastas denunciaram em meados de maio em uma carta aberta a prisão de vários de seus colegas pelas autoridades e a repressão contra manifestantes no Irã.

Apesar das pressões políticas, o Irã tem encurrlado a indústria cinematográfica e os premiados dos principais festivais internacionais.

A prisão de Panahi foi condenada por outros cineastas.

Os organizadores do concurso de Cannes declararam que condenam veementemente as prisões, bem como "a onda de repressão realizada pelo Irã contra seus artistas". Por sua vez, o Festival de Cinema de Veneza pediu a "libertação imediata" dos diretores de cinema, enquanto o festival de Berlim disse que se sentiu "consternado e indignado" com a prisão.

Na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da França denunciou um fenômeno que ilustra "a perturbadora deterioração da situação dos artistas no Irã".

As autoridades iranianas realizaram recentemente várias prisões, incluindo uma figura do movimento reformista, Mostafa Tajzadeh. Tajzadeh está atualmente em prisão preventiva na prisão de Evin sob a acusação de se reunir, intenção de agir contra a segurança do Estado e propaganda contra o sistema, disse Setayeshi nesta terça-feira.

O político, que teve uma tentativa fracassada de concorrer às eleições presidenciais no ano passado, foi preso em 2009 durante as manifestações contra Ahmadinejad.


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