Cinema francês enfrenta "Avatar"
"A Farsa", de Nicolas Bedos, e "O Pequeno Nicolau", de Julien Rappeneau, chegam aos cinemas
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Enquanto quase 80% das salas de cinema do país exibem o novo "Avatar" de James Cameron, duas produções francesas estão entre as principais novidades nas telonas. Uma destas novidades é de “A Farsa”, com direção de Nicolas Bedos, o mesmo de “Belle Époque”. Exibido nos festivais de Cannes e no Rio de Janeiro deste ano, a produção é mescla talentosa de drama contemporâneo e humor sarcástico.
Os principais ingredientes são paixão, crime e traição, com muita ironia e um toque de suspense, levando o espectador a viver um universo de relações cruel em que o dinheiro é a máxima buscada. Na tela acompanhamos o jovem gigolô vivido por Pierre Niney, que, em determinado momento se une à sedutora jovem vigarista, interpretada por Marine Vacth.
O contexto é a deslumbrante Riviera Francesa, onde os dois jovens se aproximam em uma relação intensa mas inesperadamente real e previsivelmente conturbada. Um dos pontos altos é a presença da sempre deslumbrante e intensa Isabelle Adjani, vivendo uma ex-estrela de cinema que luta interna e externamente por entender o pós-sucesso de sua carreira. Também surge forte o personagem de um corretor de imóveis interpretado pelo talentoso François Cluzet, que acaba entrando no jogo farsesco e enganador dos jovens golpistas.
Bedos também é o responsável pelo roteiro de “A Farsa”, depois de já ter mostrado sua capacidade criativa em “Os Infiéis”, de 2012, e “Monsieur & Madame Adelman”, de 2016.
A outra pérola francesa que estreia nos cinemas a partir de hoje é a aventura juvenil “O Tesouro do Pequeno Nicolau”, de Julien Rappeneau. Depois de encantar as telas com seu filme anterior, “Meu Filho é um Craque”, o diretor retoma uma das figuras mais famosas da literatura infantojuvenil. Inédita até mesmo nos livros de René Goscinny e Jean-Jacques Sempé, escritor e desenhista, respectivamente, que criaram o personagem em 1959, a história por trás da nova produção é de autoria do próprio Rappeneau.
Aos nove anos de idade Nicolau, encarnado pelo ator Ilan Debrabant, o mesmo de “Estaremos Sempre Juntos”, tem como seu maior passatempo brincar com sua turma da escola, vivendo as mais diversas aventuras. Mas isso deve mudar quando seu pai, vivido pelo ator Jean-Paul Rouve, é promovido, e a família deve se mudar para o sul da França. Quando isso acontece, o mundo do menino baseado na amizade e no companheirismo se despedaça. A saída é inventar uma a caça ao tesouro.
Pensando em criar algo desafiador, mas mantendo a tradição do personagem original, Rappeneau, criou uma trama capaz de envolver jovens e adultos. O processo de produção foi acompanhado por Anne Goscinny, filha do autor e detentora dos direitos do personagem, sugerindo a auxiliando no avançar da obra.
O elenco inclui Jean-Pierre Darroussin, como o diretor da escola; Noémie Lvovsky, como a Sra Mme Bouillaguet; e Anton Alluin, Oscar Boissière, Léandre Castellano-Lemoine, Malo Chanson-Demange, Simon Faliu, Malick Laugier e Léonard Signoret, como amigos do Nicolau.