Com três indicações ao Oscar, "O Escândalo" chega hoje aos cinemas brasileiros

Com três indicações ao Oscar, "O Escândalo" chega hoje aos cinemas brasileiros

Filme dialoga com diversos assuntos, incluindo feminismo e eleições nos EUA

Marcos Santuario

Charlize Theron foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por "O Escândalo"

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Com três indicações ao Oscar deste ano, chega hoje a 150 salas de cinemas no Brasil “O Escândalo”, dirigido pelo vencedor do Emmy, Jay Roach. O filme compete na premiação de Hollywood do dia 9 de fevereiro nas categorias de Melhor Atriz para Charlize Theron, Melhor Atriz Coadjuvante para Margot Robbie, além de competir em maquiagem e cabelo. 

Na trama da produção, um gigante do telejornalismo e antigo CEO da Fox News, Roger Ailes (vivido pelo veterano John Lithgow) tem seu poder questionado e sua carreira ameaçada quando um grupo de mulheres o acusa de assédio sexual no ambiente de trabalho. Mas o tema não se resume a isso. O filme dialoga com inúmeros assuntos, incluindo imprensa, feminismo, eleições nos EUA e assuntos corporativos. Tudo baseado em um escândalo verdadeiro, dentro de um dos mais poderosos e controversos impérios de mídia, o da família Murdoch, da Fox. 

Charlize Theron vive Megyn Kelly, uma poderosa e influente âncora da rede de televisão. É exemplo para várias mulheres e representa o sonho de muitas delas que ingressam na profissão. Nicole Kidman vive outra profissional da mesma empresa, Gretchen Carlson, mas com menos brilho do que a colega.

Juntas, elas protagonizam uma história pulsante de mulheres que afrontaram um homem à frente deste império. Mérito do filme em dramatizar os eventos que tomaram conta da indústria do entretenimento a partir de 2016 com a explosão das denúncias contra o produtor de cinema Harvey Weinstein, processado por assédio sexual.

Foi na carona deste fato, que ganhou a mídia mundial, que o longa dirigido por Roach e escrito por Charles Randolph se apressou em trazer à tona o conflito de forças que fez com que fosse tão difícil oficializar a denúncia contra o então magnata da Fox News, Ailes, encarnado por Lithgow.

Conversa com o espectador

A figura de Megyn Kelly inicialmente é apresentada como injustiçada e chega a “romper a quarta parede”, conversando com o espectador e apresentando lugares e comportamentos que ajudam a entender o universo midiático em que se insere. No final, ela passa por outros momentos que vão de traidora à heroína salvadora das mulheres oprimidas. 

A personagem fictícia Kayla Pospisil, interpretada por Margot Robbie (que pode lhe render um Oscar pelo papel), é uma jovem conservadora ambiciosa, que entra nesta trama mesclando ingenuidade e hipocrisia, gerando crise e encarando uma necessária tomada de posição.

Uma vez que se propõe a abordar Ailes e o império de Rupert Murdoch (Malcolm McDowell), “O Escândalo” apresenta fotografia e direção tradicionais, o que faz com que haja uma concentração na temática e nas atuações, mais do que nos efeitos cinematográficos. Cenas gravadas dentro da própria sede da emissora acabam por colocar o espectador dentro da estética televisiva. “O Escândalo” apresenta figuras centrais na eleição de Donald Trump e uma denúncia que veio em momento crucial, tomando em conta influência das fake news neste processo. 

Confira com mais detalhes as estreias desta quinta-feira:


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