Conferência Fronteiras do Pensamento terá Paul Auster nesta segunda em Porto Alegre

Conferência Fronteiras do Pensamento terá Paul Auster nesta segunda em Porto Alegre

Escritor não pôde comparecer ao evento na UFRGS e fará live direto de Nova Iorque

Correio do Povo

Livros de Paul Auster já foram traduzidos para mais de 40 países

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Finalmente chegou a noite de os gaúchos estarem frente a frente com um dos maiores escritores em atividade do mundo. Não será bem frente a frente, pois uma emergência familiar impediu o norte-americano de Newark, radicado em Nova Iorque, Paul Auster, 72 anos, de viajar para fora dos Estados Unidos e a conferência pelo Fronteiras do Pensamento, nesta segunda-feira às 19h45min, será por link ao vivo direto da Big Apple. O público assistirá ao painel no Salão de Atos da Ufrgs (Paulo Gama, 110) e poderá formular perguntas que serão respondidas pelo escritor. 

Como o tema do Fronteiras em 2019 trata dos Sentidos da Vida, Paul Auster é um escritor que extravasou toda e qualquer tentativa de aprisionar sua literatura em um gênero. Ele recebeu alguns rótulos de autoficcional, pois sempre faz histórias embasadas ou em dimensões paralelas às suas vivências, ou também ainda como um escritor do acaso.

Alguns dos seus livros têm esta marca bem evidente, como é o caso de “Cidade de Vidro”, a primeira história de “Trilogia de Nova York”, na qual um homem, Quinn, recebe uma ligação errada de alguém procurando o detetive Paul Auster. O homem assume a investigação a partir do acaso. Esta história, segundo Auster em “O Caderno Vermelho”, aconteceu verdadeiramente e a pessoa ligou errado duas vezes procurando a agência de detetives Pinkerton. 

Auster estreou na literatura em 1982 com “A Invenção da Solidão”, um livro de não ficção com uma expiação e/ou resolução da relação de Auster com o pai, mas ele ganhou fama internacional com “A Trilogia de Nova York”. Sua obra já foi traduzida para mais de 40 idiomas. Ele vive atualmente no Brooklyn, em Nova Iorque, bairro que se tornou cenário de seus principais romances. 

Infectado pela doença de escrever 

Sobre o processo de escrita ou o destino que queria dar aos romances desde o início, Auster diz: “Posso dizer sem hesitar que nenhum romance que escrevi terminou da maneira que eu pensei que terminaria quando comecei. Mudei minhas ideias sobre a obra, descobri coisas que funcionavam no livro e que me levaram a lugares diferentes daqueles que eu originalmente pensava”, afirma.

O autor acrescenta: “Fui infectado por esta doença que é escrever, pela primeira vez, quando era muito jovem. Quando eu tinha 15 anos, sabia que era isso que eu queria fazer: Eu queria escrever livros”.  Ele escreveu entre os 18 e 23 anos, algo como 800 ou 1.000 páginas de ficção. “Tudo em cadernos escritos a mão, nem me incomodava de digitar os documentos – e eu nunca ficava feliz com os resultados”, explica.

Destes cadernos surgiram os textos da Trilogia, “Palácio da Lua”, “No País das Últimas Coisas”. Ele ainda faz uma análise da maturidade na escrita: “Olho para trás, para aqueles anos de frustração, e penso que talvez o tempo não tenha sido perdido. Foi um aprendizado, foi meu árduo trabalho através do rigor de tentar me transformar em um escritor com um estilo e uma forma de articular as coisas”, conta o autor, cuja obra mais recente é “4 3 2 1”, publicada no Brasil pela Companhia das Letras. 


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