Dado Villa-Lobos: "O Renato está sempre conosco neste show"

Dado Villa-Lobos: "O Renato está sempre conosco neste show"

Músico toca em Porto Alegre com o projeto Legião Urbana XXX Anos ao lado de Marcelo Bonfá nesta sexta

Luiz Gonzaga Lopes

Ao lado de Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos comemora os 30 anos dos álbuns “Dois” e “Que País É Este”

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O projeto Legião Urbana XXX Anos, liderado pelos integrantes originais da banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, retorna a Porto Alegre para uma das últimas apresentações da turnê que comemora os 30 anos de lançamento dos álbuns “Dois” e “Que País É Este”.

Com realização da RRany Produtora, os músicos se apresentam nesta sexta, no Auditório Araújo Vianna (avenida Osvaldo Aranha, 685). Os ingressos estão à venda no site Uhuu ou na bilheteria do Teatro do Bourbon Country.

Dentre as canções que fazem parte desses dois álbuns estão as clássicas músicas de formação de uma geração de fãs como “Tempo Perdido”, “Eduardo e Mônica”, “Faroeste Caboclo”, “Ìndios” “Eu Sei”.

Além de Dado na guitarra e Bonfá na bateria, o projeto conta com os vocais de André Frateschi, a guitarra e violão de Lucas Vasconcellos, os teclados e programações de Roberto Pollo e o baixo de Mauro Berman, que assina a direção musical do show.

A iniciativa, que começou em 2018, fecha o ciclo de comemorações de lançamento da trilogia formada pelos três primeiros álbuns da banda, que começou com a turnê “Legião Urbana XXX anos”, do homônimo “Legião Urbana”, em 2015. Ao longo de um ano e meio, foram 100 apresentações para mais de 500 mil fãs de Legião no país.

O Correio do Povo conversou com Dado Villa-Lobos sobre esta segunda turnê, sobre as músicas marcantes, sobre Renato Russo, sobre o mundo atual da música e os parceiros gaúchos de Dado, entre outros assuntos.

Correio do Povo: Como é a dinâmica deste show em relação à primeira turnê Legião XXX Anos?
Dado Villa-Lobos: Resolvemos fechar estes 30 anos da Trilogia de Brasília tocando as músicas do “Dois” e “Que País é Este”. A primeira parte do show são com estas canções mais emblemáticas, mas também com as músicas lado B, como "Metrópole" e "Plantas Embaixo do Aquário", que a gente quase não tocava ao vivo.

Depois a gente vem com as arrebatadoras, como “Tempo Perdido”, “Faroeste Caboclo”, “Índios”, “Angra dos Reis”, “Andrea Doria” e no bis ainda devem entrar “Perfeição”, “Há Tempos” e “Será”.

CP: E a carga emocional destas canções, as memórias de quando eram executadas ao vivo lá no final dos anos 1980?
Dado: Estas músicas têm um lado emocional muito forte. Parte da nossa vida está ali. Estamos matando a saudade de uma época de ouro. Uma música marcante neste show é “Angra dos Reis”.

O André Frateschi coloca uma carga de emoção forte na interpretação, o solo do Lucas Vasconcellos é de arrepiar. É uma versão fabulosa. Está ali toda a força do nosso lance, da nossa sonoridade ao vivo. Quando tocamos “Índios”, “Quase sem Querer” e “Tempo Perdido”, muita coisa vem na nossa cabeça. A energia destas músicas nos contagia.

CP: E o Renato Russo é evocado. Como é a presença (em lembrança) dele no show?
Dado: O Renato está sempre conosco neste show. Ele está lá no outro lado da vida, mas a gente celebra os 30 anos deste legado e da lembrança que era do Renato com a gente. Cada acorde, cada nota, a questão toda da criação deste projeto, deste novo conceito, é de celebrar a nossa vida por intermédio de cada uma destas canções.

Todos sabem que o Renato não gostava muito de fazer ao vivo e que proporcionalmente não fazíamos tantos shows. Agora, para lembrar dele, a gente está tocando como nunca na vida. Na primeira turnê, foram mais de 100 apresentações para mais de 500 mil pessoas.

Fazer esta turnê agora é colocar a magia do que foi e do que é o Legião Urbana no imaginário do rock nacional e do público.

CP:  Desde os anos 1980, quando a Legião Urbana começou, muita coisa mudou no mundo da música, desde a gravação, distribuição, divulgação. O que você tem a falar sobre estas mudanças?
Dado: O streaming, que é a grande mudança, é um grande alçapão, um grande armazém com tudo o que foi produzido no ano. O que é mais difícil é ter alguém que faça algumas descobertas ou músicas que tenham sentido para você. Tem uma simplicidade, um grande acesso, mas uma complexidade.

O importante é ter filtros, listas, podcasts, para chegar às coisas interessantes. Se você vai para o Top 50 do Spotify ou no Só Toca Top não tem absolutamente nada de bom. No nosso tempo, as paradas de sucesso tinham além da gente e de caras do rock nacional, gente como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Voluntários da Pátria.

No Top Ten da Cidade tinha os gaúchos do De Falla e Cascavelletes. Ficou mais vaporizado, menos concentrado em gêneros que valem a pena.

CP: E por falar nos gaúchos, quais são os grandes parceiros e amigos teus aqui no Sul?
Dado: Tenho muitos amigos e parceiros. Tenho trabalhado muito com o Nenung, do The Darma Lóvers e o projeto Dragão. Outros parceiros são os caras da produção musical, o Thomas e o Gustavo Dreher, e o pessoal da Cachorro Grande. Eu estou sempre meio antenado nas coisas que acontecem na música feita no Rio Grande do Sul ou pelos músicos gaúchos.

Para mim, o Nenung é o cara. Acompanho ele desde os tempos da Barata Oriental. E por falar do Sul, não podia deixar de dizer que o nosso show será num dos lugares mais mágicos de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. O Araújo Vianna é contagiante, tem uma energia maravilhosa e é um templo para a música.


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