Defensores de Woody Allen levantam a voz ante ataques feministas

Defensores de Woody Allen levantam a voz ante ataques feministas

De Scarlett Johansson a Pierce Brosnan, passando por Catherine Deneuve, personalidades do cinema decidiram defender o diretor acusado de abuso sexual

AFP

Catherine Deneuve foi uma das personalidades do cinema que decidiram levantar a voz ante os ataques feministas contra Woody Allen

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De Scarlett Johansson a Pierce Brosnan, passando por Catherine Deneuve, personalidades do cinema decidiram levantar a voz ante os ataques feministas contra Woody Allen, acusado de abuso sexual e que teve a estreia de seu filme mais recente impedida nos Estados Unidos. “Woody Allen está no panteão dos diretores. Seu trabalho tem um significado“, declarou o ator Pierce Brosnan, ex-intérprete do agente “James Bond“, durante o Festival de Deauville, onde foi exibido nesta sexta-feira o filme de Allen, “Um Dia de Chuva em Nova York“.

Fora de competição, o filme, protagonizado por Timothée Chalamet, Elle Fanning e Selena Gomez, narra a história de um casal de estudantes que decide passar um fim de semana romântico naquela cidade americana. A produtora Amazon Studios cancelou a estreia do filme nos Estados Unidos depois que Dylan Farrow, filha adotiva de Allen, em plena tormenta do #MeToo, voltou a acusar o cineasta de ter abusado dela quando Dylan tinha 7 anos.

Brosnan, que foi homenageado na competição francesa, defendeu o movimento #Metoo, que, segundo ele, representou “um giro positivo na vida das mulheres. Espero que haja mais respeito entre os sexos agora“, comentou o ator, de 66 anos. Embora grande parte de Hollywood tenha se distanciado de Allen desde que o movimento #MeToo ganhou força, personalidades do mundo do cinema, como Brosnan, saíram em defesa do diretor.

“Vejo Woody quando posso, e tive muitas conversas com ele sobre isso“, contou Scarlett Johansson em entrevista publicada esta semana pela revista “Hollywood Reporter“, referindo-se às acusações. “Amo Woody“, disse a atriz, que participou de diversos trabalhos com o diretor. “Acredito nele e trabalharia com ele não importa quando.“

Allen, 83, ganhador de vários Oscars, reagiu na imprensa francesa considerando que aqueles que o atacam “cometem um erro. Sempre fiz o que o #Metoo gostaria de obter hoje em dia“, declarou, em entrevista ao canal de TV France 24 exibida ontem.

“Os mesmos salários”

“Trabalhei com centenas de atrizes. Nunca nenhuma delas se queixou de mim. Contratei mulheres para os cargos mais altos. Em todos os postos, pagamos a elas os mesmos salários dos homens“, assinalou Allen, que rechaça categoricamente as acusações feitas por sua filha, apoiada pela mãe adotiva dela, Mia Farrow, e seu irmão Ronan.

As ações na Justiça foram abandonadas após duas investigações de vários meses. A atriz francesa Catherine Deneuve, que preside o júri do Festival de Deauville, também saiu em defesa do cineasta de Nova York. “Deve-se diferenciar o profissional da pessoa“, disse no mês passado, em entrevista, referindo-se à exibição do filme de Allen. Catherine assegurou que aceitaria trabalhar com Allen se o mesmo lhe apresentasse um projeto interessante.

Dias antes, a fundadora do grupo de pressão Women and Hollywood, Melissa Silverstein, lamentou em um tuíte a exibição na França de Um Dia de Chuva em Nova York, e chamou Allen de “agressor“. Várias celebridades, como Colin Firth, Greta Gerwig e Michael Caine, disseram que não voltariam a trabalhar com Allen.

Timothée Chalamet, um dos protagonistas do último filme do diretor, prometeu que doaria seu cachê a associações de caridade que defendam as mulheres e a comunidade LGTB. O filme de Allen já estreou na Polônia e o fará em breve em outros 30 países, a maioria europeus, mas também em Turquia, China, Israel e Argentina, segundo seu distribuidor na França.


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