Documentos são inconclusivos sobre suposta traição de Raul Seixas, diz autor de biografia

Documentos são inconclusivos sobre suposta traição de Raul Seixas, diz autor de biografia

Jornalista Jotabê Medeiros disse Paulo Coelho desconfiava que músico o havia delatado para o Dops

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Biografia de Raul Seixas trouxe documentos que apontam uma suspeita de delação do músico contra o amigo Paulo Coelho

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Após Paulo Coelho voltar atrás e suspeitar dos documentos sobre a possível delação de Raul Seixas à Ditatura Militar, o jornalista Jotabê Medeiros comentou, nesta segunda-feira, sobre o caso que faz parte da biografia "Não Diga que a Canção Está Perdida", que será lançada na próxima sexta-feira.

Em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, o autor ressaltou que os documentos do Dops são insuficientes para apontar uma traição do músico, mas destacou que Paulo Coelho desconfiava do amigo. "(Os documentos) não são conclusivos. Agora, que o Paulo Coelho suspeitava, isso é uma certeza. Isso é uma coisa que pesquisei, conversamos e eu intuí. O Paulo ficou abalado e isso se confirmou para mim", contou. "Paulo falou algumas coisas comigo em off e não pretendo desrespeitar isso", completou. 

Segundo Medeiros, no documento que encontrou no Arquivo Público no Rio de Janeiro constava que, por intermédio de Raul, a polícia chegaria a pessoas subversivas. "Tem muitos documentos relativos ao período. A maioria deles é em relação a censura. Os dois tinham prontuários lá, mas quem foi preso e torturado foi o Paulo Coelho. Raul não foi. Raul foi perseguido, acompanhado de perto. O problema começou depois desse período. Eles começaram a se afastar e, logo após a prisão, o Paulo foi para os Estados Unidos e o Raul também, mas não foram juntos", contou o jornalista. 

Na semana passada, Paulo Coelho chegou a revelar que "ficou quieto por 45 anos e achou que levaria o segredo para o túmulo" ao compartilhar a matéria da Folha de São Paulo sobre a biografia no Twitter, mas apagou o tuíte no dia seguinte e disse que o biógrafo de Raul queria apenas vender o livro. "O meu interesse é mostrar para quem tinha vontade de conhecer a trajetória de Raul. Os meus livros representam o que eu sou como jornalista, de mostrar a verdade, mostrar os fatos. Este livro realiza tudo isso. Eu não tenho motivos para achar que vou brigar com Paulo Coelho. Ele está equivocado", afirmou. 


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