Escola pública é tema da primeira peça do Coletivo Nos Educando

Escola pública é tema da primeira peça do Coletivo Nos Educando

“Essa é a História da Carteira que Voou” envolve teatro, narração de histórias, poesia, performance, música e videoarte

Correio do Povo

Trabalho se baseia no fato verídico, ocorrido em 2019, quando alunos de uma escola pública de Carapicuíba, localizada na Grande São Paulo, jogam cadeiras e carteiras em uma professora.

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Primeiro espetáculo do Coletivo Nos Educando (SP), “Essa é a História da Carteira que Voou” usa como ponto de partida o fato verídico, de 2019, quando alunos de uma escola pública de Carapicuíba, localizada na Grande São Paulo, jogam cadeiras e carteiras em uma professora. O conflito registrado em vídeo rodou o mundo e agora serve como disparo para o grupo, formado por atores, que também são professores, narrar, sob diferentes pontos de vista, outras histórias do chão da escola.
 
Serão seis apresentações de 27 a 30 de maio (quinta e sexta-feira às 20h, sábado às 19h e 21h e domingo às 18h e 20h), que envolvem narração de histórias, poesia, performance, música e videoarte. O público será guiado pelos atores, via WhatsApp, entre cenas ao vivo compartilhadas na plataforma Zoom e vídeos e áudios gravados previamente, disponibilizados no momento da apresentação. Haverá também um momento para a partilha de histórias reais, narradas por seis professoras e professores convidados.

O espetáculo parte de uma situação específica para narrar, sob diferentes pontos de vista, outras histórias do chão da escola, além de perceber diversos aspectos de como a sociedade entende e realiza a educação das crianças e jovens; arriscar um pensamento crítico a respeito das mídias, seus usos e possibilidades; desenvolver um processo de cura (no sentido de cuidado, de demorar-se no assunto, de experimentar caminhos de superação) em relação às feridas da situação de guerra imposta a educadores e estudantes; e ousar mirar utopias, nesse espaço tão amplo e complexo que é a escola. “Quem pisa diariamente no chão da escola sabe que a história de Carapicuíba não é nem rara, nem a mais grave das situações do cotidiano escolar. No entanto, a visibilidade que o vídeo amador adquiriu convocou de algum modo o olhar da sociedade para a educação pública”, acredita Juli Codognotto, uma das idealizadoras e autoras do trabalho, junto com com Patrícia Torres.
 
O vídeo amador gravado no primeiro semestre de 2019 por um estudante de escola pública na cidade de Carapicuíba, registra o conflito entre uma educadora e alguns estudantes, que termina com ela deixando a sala e eles arremessando cadeiras e carteiras que formam uma escultura de horror no meio do espaço. O vídeo viralizou na internet e tornou-se pauta na grande mídia, atingindo seu auge ao ser exibido no programa “Fantástico”.Tamanha divulgação gerou revolta, solidariedade, indignação, preocupação por parte de muitas pessoas, causou o afastamento da educadora por licença psiquiátrica e também impulsionou providências punitivas em relação  aos jovens – negros e periféricos – detidos por agressão.
 
Curtas-metragens
Para aproximar o público das questões da educação pública de São Paulo, a jornada online envolve narração de histórias, poesia, performance, música e videoarte. Cada apresentação será única, pois a cada sessão serão exibidos dois vídeos diferentes, entre seis curtas, denominados “Cadernos”, criados a partir de temas urgentes de estudo e criação. São eles: Mídia: Sobre a liberdade de ser; Violência das desigualdades: Uma escavação ou Você já esteve à margem?;  Obediência e Morte: O espírito na UTI; Transgressão: Luto é verbo; Cura: Passou!; e Utopia: Escolas que ainda nunca. Juli Codognotto explica, que após as apresentações, os seis vídeos ficarão à disposição do público e a experiência completa ganhará uma edição no Youtube do coletivo. 


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