Escritor relata momentos de tensão em Israel após viagem cancelada por conta da Covid-19

Escritor relata momentos de tensão em Israel após viagem cancelada por conta da Covid-19

Airton Ortiz espera voltar ao Brasil entre hoje e quarta-feira

Adriana Androvandi

Airton Ortiz viajou para Israel para escrever novo livro

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O escritor gaúcho Airton Ortiz estava em Israel percorrendo uma caminhada de 70 quilômetros entre Nazaré e Cafarnaum, ao lado de um grupo, quando teve de interromper a viagem. O percurso previa caminhadas pelo interior, em meio à natureza, além dos ambientes urbanos. O objetivo era relatar a sua experiência posteriormente em livro. Após a primeira parte, chegaram a uma localidade e foram informados de que suas reservas haviam sido canceladas porque os hotéis estavam sendo fechados por conta da Covid-19. Foi neste momento que seus planos foram totalmente alterados.

A prefeitura da localidade fechou a cidade e ordenou a saída de todos os estrangeiros. “Mandaram que nos retirássemos. Fomos praticamente expulsos do hotel”, lamentou Ortiz. Sem ter onde dormir, suspenderam a caminhada e voltaram para Tel Aviv, onde estão à espera de um voo para Brasil. Seu maior receio é que o governo de Israel feche os aeroportos antes do grupo embarcar. Se tudo der certo, ele espera retornar ao Brasil entre hoje e quarta-feira.

Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre em 2014 e membro da Academia Rio-grandense de Letras, Airton Ortiz é reconhecido por sua coleção de livros sobre viagens. Ele fazia a expedição para escrever sua nova obra, com o título “A Trilha de Jesus”, com a experiência de caminhar pelos mesmos percursos que Jesus Cristo fez em suas pregações e milagres. Estavam na rota lugares como o monte das bem-aventuranças e o Mar da Galileia. O plano era escrever e publicar pela coleção Jornalismo de Aventura. 

Junto com o escritor, estava um grupo formado por duas pessoas do Rio de Janeiro, uma do Espírito Santo e três de Porto Alegre. Em Tel Aviv, Ortiz relata que praticamente tudo está fechado, incluindo bares, restaurantes e supermercados. Até mesmo o transporte público não está circulando.

Hostilização

Uma regra proíbe que mais de dez pessoas fiquem em um mesmo local. Na rua ou em qualquer lugar, é preciso manter a distância de um metro entre uma pessoa e outra. A entrada de estrangeiros no país está proibida. E o cidadão israelense que chega precisa ficar em quarentena. “O pior é que as pessoas estão se evitando. Todas, em qualquer lugar”, contou via WhatsApp para a Redação do Correio do Povo.

De tudo o que passou, o escritor relata que ficou surpreso com a reação de algumas pessoas. “Enquanto eu esperava uma van, fui hostilizado verbalmente. Pessoas buzinavam de dentro de carros e gritavam ‘corona, corona...’. A população está atribuindo a doença aos turistas”, lamentou.

Em Tel Aviv, o gerente do hotel em que o escritor estava por último lhe recomendou não conversar em português na rua, para não ser hostilizado. Nestes momentos, se percebe que atos de xenofobia ressurgem. “A doença em si já é triste. Mas o que me deixou mais preocupado foi a reação das pessoas”, refletiu.

Como prevenir o contágio do coronavírus 

De acordo com recomendações do Ministério da Saúde, há pelo menos cinco medidas que ajudam na prevenção do contágio do novo coronavírus:

• lavar as mãos com água e sabão ou então usar álcool gel.

• cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.

• evitar aglomerações se estiver doente.

• manter os ambientes bem ventilados.

• não compartilhar objetos pessoais.


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