Escritores em busca de adoção

Na última quinta-feira, quando se comemorava o Dia Nacional do Livro, foi lançado o projeto “Adote um Escritor”, promovido pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), em parceria com as escolas municipais de Porto Alegre. A iniciativa tem o objetivo de incentivar o hábito da leitura nas crianças e estimular a curiosidade por meio da descoberta do autor, de quem escreveu aquela história. Além de ler as obras, o ponto principal do projeto é o momento em que os alunos conversam com os escritores nas escolas municipais. O evento foi transmitido ao vivo pela página da Smed no Facebook e contou com a participação do secretário municipal de Educação, Adriano Naves de Brito, secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, e do professor de literatura Sergius Gonzaga.

Neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o escritor adotado gravará um vídeo de 20 minutos, que será disponibilizado nas plataformas digitais internas das escolas, sendo acessível para todas as crianças que já estão frequentando as aulas e para aquelas que ainda estão estudando de forma remota. Desde o dia 5 de outubro, as escolas municipais estão retomando as suas atividades presenciais. “As crianças precisam retomar suas atividades escolares, como a leitura e participação das rodas de leitura”, explica Adriano. “Queremos incentivar o apreço por esse hábito e mostrar a importância que ele tem para as crianças. Queríamos que a primeira atividade pública após a volta às aulas fosse esse projeto. É a alma do livro que chega para as crianças com a conversa com o escritor”, acrescenta o secretário. De acordo com o ele, até a próxima semana, todas as escolas da rede municipal de ensino já estarão de volta às atividades normais.

Desde o seu início, em 2002, o “Adote um Escritor” vem aproximando os estudantes à literatura e aos autores. Após algumas mudanças no projeto no decorrer dos anos, os escritores puderam participar do evento por meio de inscrições, democratizando e ampliando ainda mais o acesso dos autores. Para Sergius Gonzaga, a importância da escola na leitura é decisiva em um país que tem pouca tradição cultural, como o Brasil. Ele explica que o livro é fundamental e indispensável para a formação em todos os sentidos e, que sem eles, a humanidade desapareceria: não teria passado nem memórias. “Esse projeto me parece uma síntese feliz da intervenção do poder público, da participação dos professores, das escolas e dos escritores que estão se inscrevendo para irem às escolas e conversarem com os estudantes. Nós, leitores, sabemos o quão a leitura é extraordinária e permite transformar vidas”, declarou o professor.

O evento foi lançado em grande estilo, marcando o Dia Nacional do Livro. A data é uma homenagem à Biblioteca Nacional, fundada em 29 de outubro de 1810, no Rio de Janeiro. Segundo Adriano Naves, foi a primeira instituição cultural do país.

* Sob a supervisão de Luiz G. Lopes