Espetáculo "Sobre Nós" apresenta em Porto Alegre releitura de clássicos da literatura russa

Espetáculo "Sobre Nós" apresenta em Porto Alegre releitura de clássicos da literatura russa

Atração inicia temporada nesta terça-feira, no Centro Municipal de Cultura

Correio do Povo

Durante o espetáculo, serão apresentados três textos do dramaturgo Anton Tchecov

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Uma versão contemporânea dos clássicos do dramaturgo russo Anton Tchekov (1860-1094) é a proposta do Coletivo Gaivota, em “Sobre Nós”, que inicia temporada nesta terça-feira em Porto Alegre, na Sala Álvaro Moreyra, do Centro Municipal de Cultura (Erico Verissimo, 307), às 20h. O espetáculo pode ser conferido sempre hoje, neste horário. 

Inspirada em “A Gaivota”, “As Três Irmãs” e “O Jardim das Cerejeiras”, a montagem parte destes textos para traçar um paralelo com a vida cotidiana. Os anseios sociais e políticos atuais atravessam as figuras, que buscam por algum lugar e terminam por encontrar a inexistência dele, mantendo a poesia melancólica potente do autor. Como no Tetris, jogo criado nos anos 1980 na Rússia, a trama acontece através de um conjunto de fragmentos, que se encaixam e dão uma possibilidade contemporânea de leitura, sobre quais são as questões que nos afetam hoje.

Primeira peça de expressão de Tchekov, “A Gaivota” estreou em 1896, em São Petersburgo, com vaias, ganhando nova versão dois anos depois, assinada por Stanislavski e Nemirovitch Dantchenko, que consagraram o autor. Treplev, o protagonista, examina o futuro e convida os espectadores a sonharem com o que se passará daqui a 200 mil anos.

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O autor considerava a obra como uma comédia sobre vidas frustradas, submissas à deterioração social em que se encontrava toda a Rússia. Neste cenário, seus personagens oscilam entre os cultores da ilusão, os dominados pela inércia total e os que ainda têm uma ponta de esperança no que vem pela frente. 

Já “As Três Irmãs” se passa no interior da Rússia, lugar que três mulheres com personalidades fortes têm uma rotina entediante e almejam voltar para Moscou, onde passaram uma infância feliz. A solteira Olga tem quase 30 anos e não tem muita esperança de se casar; Macha está frustrada com seu casamento e a caçula Irina ainda acredita no futuro. Elas vivem com o irmão Andrei e com a dificuldade em voltar à capital, acabam tendo suas rotinas transformadas em um fardo. A situação piora quando a cunhada passa a dominar a casa. A peça tece uma crítica à vida provinciana, às imposições que nos fazemos e não conseguimos cumprir e os desejos abandonados.

Última peça de Tchekov, “O Jardim das Cerejeiras” conta as peripécias de uma família aristocrata em decadência, que resiste em vender o seu jardim de cerejeiras, ao qual atribui valor afetivo, apesar de improdutivo nos últimos tempos. Um homem de negócios chega para tentar adquirir a propriedade e transformá-la em balneário para veranistas, de olho no potencial turístico.

O grupo Gaivota estreou em dezembro último, na Cia. Stravaganza, por meio da formação do Laboratório Cênico Léo Maciel e em abril deste ano fez temporada no Teatro Carlos Carvalho, da Casa de Cultura Mario Quintana, tendo sido visto por mais de 700 pessoas. 


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