Espetáculo teatral "Ovo" revê temas universais da tragédia clássica

Espetáculo teatral "Ovo" revê temas universais da tragédia clássica

Peça estará em cartaz nos dias 15 e 16 de setembro no Teatro do Sesc de Porto Alegre

Correio do Povo

Peça estará em cartaz nos dias 15 e 16 de setembro no Teatro do Sesc de Porto Alegre

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O espetáculo Ovo é uma produção do Agon Teatro (Londrina-PR), com orientação cênica de Marcio Abreu, da Cia Brasileira de Teatro. O texto, assinado pelo premiado dramaturgo e jornalista Renato Forin Jr. (vencedor do Jabuti 2017), revê temas universais da tragédia clássica, como a morte e o destino. Apresentações do espetáculo durante o 26º Porto Alegre em Cena ocorrem neste domingo e segunda-feira, às 19h, no Teatro do Sesc. 

Dois irmãos que passaram a juventude no campo se reencontram na cidade em um momento decisivo: a morte da mãe. Reflexões sobre a vida e suas transitoriedades permeiam Ovo. O trabalho tem dramaturgia e direção de Renato Forin Jr., que também está em cena ao lado da atriz Danieli Pereira. Dentro de três caixas, os atores guardam as dores e os afetos silenciados de uma família. Progressivamente, os intérpretes dão vida a Édipo e Electra, personagens trágicos que, na trama autoral, são irmãos em conflito. A história evoca a zona rural de um Brasil arcaico, onde os dois foram criados.

Uma curiosidade da montagem é o espaço cênico. O público é disposto bem próximo dos atores, em torno de uma arena circular, onde acontecem transformações cenográficas e revelações de pequenas surpresas. “Cenário, figurino, iluminação, sonoplastia e a própria encenação conduzem os espectadores por uma viagem entre o cinza barulhento da cidade e as cores plácidas do campo. É como se a dramaturgia se concretizasse também espacialmente”, pontua o diretor. Para este deslocamento de paisagens, o Agon Teatro utiliza quilos de palha de arroz, terra, água, sementes verdes e mecanismos sonoros dispostos no espaço. A trilha é assinada por José Carlos Pires Júnior, a luz é de Maria Emília Cunha, os figurinos são de Nathalia Oncken e o cenário é uma criação coletiva do Agon.

Neste espetáculo, o grupo conta com a criação sonora de José Carlos Pires Junior, desenho de luz de Maria Emília Cunha e figurino de Nathalia Oncken. Construído ao longo de dois anos, Ovo teve, em sua última etapa, um auxílio ilustre – a orientação cênica de Marcio Abreu, diretor da Cia Brasileira de Teatro (Curitiba/Rio de Janeiro) que esteve à frente de produções nacionais premiadas como “Vida”, “Oxigênio”, “Krum” e “Projeto Brasil”. “Marcio nos despertou para questões importantes e essenciais em Ovo, como a criação de um convívio e de uma presença em constante fluxo relacional com a plateia, a escuta do próprio texto e o exercício de esquecimento, para que a cada apresentação a peça adquirisse um frescor”, destaca Forin.

Para Marcio Abreu, a montagem do Agon Teatro encontra um lugar de confluência entre texto e encenação muito interessante. “Esses campos se articulam tão bem neste trabalho que se tornam indissociáveis. Por isso, é o foco de atenção. Esta é uma tentativa muito séria e cuidadosa de expandir a dramaturgia”, afirma.


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