Arte & Agenda

Espetáculo "Valsa #6" apresenta experiência sensorial, vibrante e polifônica

Temporada da montagem pode ser conferida em Porto Alegre a partir desta semana

Gisela Sparremberger interpreta seis personagens, na versão de Caco Coelho para obra de Nelson Rodrigues
Gisela Sparremberger interpreta seis personagens, na versão de Caco Coelho para obra de Nelson Rodrigues Foto : Marcio Garcia / Divulgação / CP
O público percorrerá vários ambientes do Instituto Ling (João Caetano, 440), em Porto Alegre, vestindo ao entrar um macacão branco, da cabeça aos pés, e sendo conduzido por lanternas, no ambiente onde sentirá vários cheiros e será tocado e manipulado. Transcendendo a ideia de um espetáculo e objetivando uma experiência sensorial, o diretor Caco Coelho dirige “Valsa #6”, de Nelson Rodrigues, com sessões nesta quarta e quinta-feira, às 20h30min, de 19 e 20 de abril e de 2 a 6 de maio (dias 5 e 6 também haverá às 18h). Os ingressos custam R$ 40.

Escrito em 1951, o texto foi o primeiro grande sucesso do dramaturgo, após “Vestido de Noiva”. A protagonista está morta, livre do cotidiano atribulado e da tortura da vida; e ao longo da narrativa, fragmentos da vida vêm à tona. Daí a necessidade da “assepsia da morte”, com roupa especial para que os espectadores entrem no clima e a higienização, por fumaça. “Este é o ponto máximo de Nelson como instrumento de polifonia, ou seja, o mesmo autor dando vozes diversas aos seus personagens”, detalha Caco, que há dez anos sonhava montar a peça e há cinco meses a materializou.

Sônia tem 15 anos e está prestes a ir no seu primeiro baile, ao ver o namorado beijando outra no espelho. Começa a ter visões e chama o médico da família. Ao tocar a “Valsa nº 6” de Chopin, que dá título à peça, é apunhalada. O monólogo traz todos os envolvidos em sua vida: o pai, a mãe, a rival, doutor Junqueira, o sedutor Paulo e principalmente ela, quase adolescente e prestes a se tornar adulta. Ambas se debatem, entre hormônios, expectativas e privações.

Para a montagem, com patrocínio do Zaffari, o diretor se cercou de uma equipe de 30 pessoas. “Não tem deboche nem sacanagem, mas a plateia está dentro do espetáculo, ela não estará parada. Ela será testemunha de um fato”, diz Caco.

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