Espetáculo "Valsa #6" apresenta experiência sensorial, vibrante e polifônica
Temporada da montagem pode ser conferida em Porto Alegre a partir desta semana
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Escrito em 1951, o texto foi o primeiro grande sucesso do dramaturgo, após “Vestido de Noiva”. A protagonista está morta, livre do cotidiano atribulado e da tortura da vida; e ao longo da narrativa, fragmentos da vida vêm à tona. Daí a necessidade da “assepsia da morte”, com roupa especial para que os espectadores entrem no clima e a higienização, por fumaça. “Este é o ponto máximo de Nelson como instrumento de polifonia, ou seja, o mesmo autor dando vozes diversas aos seus personagens”, detalha Caco, que há dez anos sonhava montar a peça e há cinco meses a materializou.
Sônia tem 15 anos e está prestes a ir no seu primeiro baile, ao ver o namorado beijando outra no espelho. Começa a ter visões e chama o médico da família. Ao tocar a “Valsa nº 6” de Chopin, que dá título à peça, é apunhalada. O monólogo traz todos os envolvidos em sua vida: o pai, a mãe, a rival, doutor Junqueira, o sedutor Paulo e principalmente ela, quase adolescente e prestes a se tornar adulta. Ambas se debatem, entre hormônios, expectativas e privações.
Para a montagem, com patrocínio do Zaffari, o diretor se cercou de uma equipe de 30 pessoas. “Não tem deboche nem sacanagem, mas a plateia está dentro do espetáculo, ela não estará parada. Ela será testemunha de um fato”, diz Caco.