Estreia a série documental ‘Nação Preta do Sul’

Estreia a série documental ‘Nação Preta do Sul’

Serão sete episódios da produção que prima pela valorização da cultura negra no Rio Grande do Sul

Gabriela Barenho idealizou o projeto

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Após rodar por diversos municípios para retratar as diferentes formas de presença da cultura negra no Rio Grande do Sul, “Nação Preta do Sul – Pela Valorização da Cultura Negra no Estado” tem estreia hoje, quando os sete episódios estarão disponíveis, simultaneamente, no canal da TV Nação Preta no YouTube. Idealizado por Gabriela Barenho, com direção e roteiro de Nando Ramoz, o projeto tem como convidados o historiador Pedro Vargas, o professor Luiz Cláudio Knierim e o diretor teatral Jessé Oliveira, além dos atores Sirmar Antunes e Denizeli Cardoso. Posteriormente, será lançado um documentário, que será apresentado em festivais e emissoras de televisão. 
Foram cerca de 50 depoimentos colhidos em Jaguarão, Rio Grande, Praia do Cassino, Pelotas, Santa Vitória do Palmar, Canguçu, Rio Pardo e Porto Alegre. Historiadores, quilombolas, líderes comunitários, artistas, produtores culturais, gestores públicos, professores e religiosos, entre outros, são os personagens da produção, que representam e trabalham pela valorização da cultura negra. A união dessas vivências contribui para a reflexão sobre resistência cultural, enfrentamento das diferenças, espaço na sociedade e legado. Segundo Gabriela Barenho, produtora executiva do projeto e do canal TV Nação Preta, “o negro gaúcho vai se ver, se ouvir e se reconhecer”. Ela lembra com muito carinho do encontro com um grupo de mulheres quilombolas em Canguçu, que contam suas histórias através do artesanato e da confecção de bonecas. “Viajar quilômetros por estradas de terra, enfrentando muitas adversidades para enfim encontrá-las, é como achar um pote de ouro no final do arco-íris, depois da tempestade.” Gabriela destaca que a situação permanente de pandemia acabou gerando um impacto negativo no desenvolvimento do projeto: “não imaginávamos que o desafio em função das medidas de isolamento seria tão grande.” 
A iniciativa foi gerada ao longo de sete meses e viabilizada com financiamento da Lei Aldir Blanc. Gabriela Barenho ressalta que a presença negra no Sul não é apenas marcante, mas cresce e evolui a cada geração. “São inúmeras iniciativas, artistas e projetos que ainda precisam ser mostrados e mostrados novamente, numa situação de enfrentamento, resistência e combate ao racismo, mas também porque são belos.” Ela entende que, por muito tempo, a historiografia oficial relativizou a presença do povo negro e até mesmo o processo de escravização no RS, e que o projeto contribui para reconstruir essa relação. 


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