Livreiros seguem otimistas com vendas na Feira do Livro

Livreiros seguem otimistas com vendas na Feira do Livro

Evento cultural acaba no próximo dia 17

Correio do Povo

Segundo livreiros, Feira tem maior volume de vendas este ano

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O segundo final de semana da 65ª Feira do Livro possibilitou ao presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), Isatir Bottin Filho, um respirar aliviado. Apesar de todos os dribles que precisaram ser dados para vencer dificuldades políticas, de espaço e de patrocínio, o evento de 2019 vem comprovando seu vigor desde o 1° de novembro, com público circulante considerado maior e com vendas mais encorpadas conforme admitem os próprios livreiros. 

A feira perdeu neste ano patrocinadores importantes como o BNDES, a Petrobras e o IBGE, também perdeu espaço físico em razão das obras do Centro Cultural da Caixa Econômica Federal (na Rua dos Andradas), mas veio com programação forte e ancorada especialmente no apreço que os porto-alegrenses têm à sua festa anual da literatura.

De acordo com Bottin, ao contrário das impressões de quem circula pela Praça da Alfândega, o evento não diminuiu. “Reorganizamos a planta de expositores em razão da perda de 50 metros de área na frente das obras do centro cultural. Por esta razão optamos por não ter praça de alimentação”, comenta.

Mesmo sem a área de alimentação, e a tradicional presença das baianas vendendo acarajé, há 12 pontos de comércio de alimentos na praça, para a venda de bebidas, pipoca, sorvetes e churros. “E, claro, há o estímulo ao comércio local, como é o caso dos empreendimentos instalados no Caminho dos Jacarandás”, complementa.

Desafio

A feira já chegou a ter 118 expositores. Na edição deste ano são 106, divididos em sete internacionais, 13 infantis e 86 de livros em geral. Para que a exposição aconteça é necessário um orçamento de R$ 2 milhões, cada vez mais difícil de captar e um desafio a cada edição. “Estamos trabalhando junto com a Secretaria de Cultura a favor do projeto que pretende diminuir de 25 para 10% a alíquota do Fundo de Apoio à Cultura (FAC)”, diz. A diminuição na alíquota do FAC Corpo de estudante contrapartida que as empresas devem pagar ao Estado no caso de investimentos em ações culturais − pode, conforme Bottin, aumentar o interesse dos investidores.

Os dados de público e de vendas consolidadas serão divulgados pelo CRL ao final da feira, dia 17. “É importante ressaltar que a Feira do Livro de Porto Alegre tem características que a fazem modelo para pelo mais 20 feiras no Estado. Há todo um projeto cultural que envolve o evento, que faz a nossa feira ser única em relação a outras similares no país”, pondera o presidente da Câmara.

Bottin lembra que a prova de que o evento está no DNA porto-alegrense é a participação das escolas. “Neste ano, 43 escolas trouxeram alunos na feira para autografarem seus livros produzidos ao longo do ano”, comemora. Há 25 anos presente entre os expositores, a empresária Neiva Piccinini, sócia proprietária da Livraria Beco dos Livros, com três bancas instaladas na Praça da Alfândega, garante que o público deste ano está realmente maior que o do ano passado. “As vendas estão maiores em volume também, mas se observa que o leitor está buscando o custo benefício do livro mais barato”, analisa.


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