Fernanda Porto lança CD e relembra estreia da 'bossa eletrônica'

Fernanda Porto lança CD e relembra estreia da 'bossa eletrônica'

Cantora, que estava há 11 anos sem gravar, falou sobre o novo disco, 'Corpo Elétrico e Alma Acústica', e recordou histórias do sucesso na Europa

Daniel Vaughan, do R7

Fernanda Porto gravou o disco "Corpo Elétrico e Alma Acústica"

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Fernanda Porto gravou um novo disco de estúdio depois de ficar 11 anos sem registrar trabalho de inéditas. Corpo Elétrico e Alma Acústica está sendo lançado aos poucos, com um single disponibilizado a cada 15 dias, até 14 de agosto (veja lista abaixo). Até agora, ela mostrou três faixas na internet: Tempo me Ensina, Um Dia Inteiro só pra Nós e Eu já te Conheço?

Apesar da demora em divulgar um novo álbum, Fernanda afirma que não parou de compor nem de fazer shows nesse meio tempo. E o disco surgiu naturalmente.

- Nos últimos dois anos tive uma fase bem criativa e compus mais de 30 canções. E, para o disco, decidi trazer músicas que fazem mais sentido em termos de conteúdo e ritmos.

Corpo Elétrico e Alma Acústica faz parte do selo musical da cantora e produtora, O Giramundo Records. Ela diz que também pretende investir em outros músicos.

- Já estou conversando com alguns artistas e, se for necessário, vou criar “subselos” para atender estilos diferentes.

Em entrevista para o R7, Fernanda também relembrou quando fez sucesso mundial ao misturar bossa nova com música eletrônica no disco de estreia, em 2002. Dentro de um estilo que ganhou apelidos como drum 'n' bossa, a cantora fez canções brasileiras com uma roupagem eletrônica. Na época, Sambassim estorou nas pistas de dança da Europa.

- Fiquei seis meses em Londres (Inglaterra) pesquisando, pois queria ter uma nova sonoridade para lançar meu primeiro disco. Então, percebi que os beats eletrônicos podiam se misturar com o samba, a bossa e o maracatu.

Para saber mais, confira o bate-papo completo do R7 com Fernanda Porto:

R7 - Por que você está lançando Corpo Elétrico e Alma Acústica em singles?
Fernanda Porto - A ideia de lançar o disco em etapas, um single a cada 15 dias, surgiu desde a concepção do álbum. Queria muito que o público fosse descobrindo o disco aos poucos e que também pudessem conhecer meu processo criativo. Por isso, venho também postando vídeos nas minhas redes sociais, versões que chamo de “originais”, no formato violão e voz ou piano e voz. A série de vídeos se chama Alma Acústica.

R7 - Qual é a diferença do novo disco para o anterior, lançado em 2009?
Fernanda Porto - Dessa vez, as canções chegaram antes de qualquer conceito ou estilo musical. Nos últimos dois anos tive uma fase bem criativa e compus mais de 30 canções. E, para o disco, decidi trazer algo que faz mais sentido para mim, no momento, em termos de conteúdo e ritmos. Ficaram, então, temas como o tempo, o amor e homenagens para São Paulo e Milton Nascimento.

R7 - Em meio à pandemia, quais são os planos para os shows do disco?
Fernanda Porto - Antes mesmo da pandemia eu já estava pensando em um show virtual. E agora pretendo, claro, fazer lives informais, o que considero super saudável. Porém, também quero fazer um show mais produzido. Estamos ainda decidindo um local onde isso possa acontecer, com todo o cuidado que precisamos para nos proteger. E, depois da pandemia, farei uma turnê de lançamento, junto com a chegada do trabalho em CD e vinil.

R7 - Por que você ficou 11 anos sem gravar um disco?
Fernanda Porto - Nesse tempo, continuei fazendo shows e, inclusive, turnês fora do Brasil. Duas por ano. Estava ainda tentando negociar minha saída da gravadora EMI. E, somente no final de 2018, entendemos que eu fazia parte do quadro artístico da Universal, gravadora que absorveu o catálogo da EMI. Eles chegaram a vir aqui no estúdio, escolheram algumas músicas junto comigo, mas no final acabamos preferindo lançar através do meu selo, Giramundo Records. E, na minha saída, recebi o master do disco Autorretrato, que pretendo relançar logo após Corpo Elétrico e Alma Acústica.

R7 - Nesse meio tempo, muita coisa mudou na indústria musical. Como foi retornar ao trabalho?
Fernanda Porto - Estou adorando voltar agora, afinal de contas, o mercado está muito mais aberto. Temos uma infinidade de novos talentos de excelente nível musical e muita diversidade de estilos. E as grandes gravadoras acabaram ficando, na prática, com os artistas mais populares.

MILLENA ROSA/DIVULGAÇÃO/CPFernanda Porto produziu e lançou o disco por seu próprio selo musical
Fernanda Porto produziu e lançou o disco por seu próprio selo musical
 

R7 - Você é cantora, multi-instrumentista, produz e lança seus discos. Como é fazer todo o trabalho?
Fernanda Porto - Meu primeiro disco foi assim, então esse processo é muito natural para mim. Quando componho uma canção, não vejo a hora de experimentar arranjos para ela. Sou apaixonada por tecnologia musical e adoro produzir, escolher sonoridades, timbres, novos beats e programar.

R7 - Mas também é arriscado fazer tudo sozinha...
Fernanda Porto - O perigo de tudo isso é decidir o que fica! Algumas canções do disco, por exemplo, chegaram a ter quatro versões. Decidir tudo não é fácil, mas esse desafio artístico me interessa muito. Sou curiosa e estou sempre ouvindo novidades. O que sei é que quando ainda resta dúvida é porque ainda não está acabado, então trato de caminhar mais um pouco até fechar uma música.

R7 - Você criou um selo musical. O Giramundo Records também vai lançar outros músicos?
Fernanda Porto - Claro! Adoro fazer isso... Já estou conversando com alguns artistas e, se for necessário, vou criar “subselos” para atender estilos diferentes.

R7 - No começo dos anos 2000, você surpreendeu misturando bossa nova com eletrônica. Com surgiu a ideia?
Fernanda Porto - Quando conheci o novo beat eletrônico, em 1998, me apaixonei pelas batidas sincopadas a tal ponto que fui para Londres (Inglaterra), onde tudo começou. Fiquei lá seis meses pesquisando o estilo, pois sempre quis ter uma nova sonoridade para lançar meu primeiro disco. Então, percebi que os beats podiam se misturar com o samba, a bossa e o maracatu. Afinal, por serem células rítmicas sofisticadas, “breakbeat”, tudo que fosse musicalmente semelhante poderia ser experimentado.

R7 - E o primeiro disco fez sucesso internacional...
Fernanda Porto - Fiz um disco inteiro dedicado a esse estilo (Fernanda Porto, de 2002) e, antes de lançar, apresentei para o DJ Patife (produtor brasileiro). Ele amou a música Sambassim (ouça abaixo), por trazer essa mistura e também por falar na letra sobre a experiência. Daí, o DJ ainda fez o remix da faixa e lançou nas pistas de Londres. O sucesso foi imediato! Sambassim saiu em mais de 40 coletâneas no mundo todo. O maior reconhecimento foi na Europa onde fiz, por exemplo, em uma das turnês, 25 shows em 28 dias.

R7 - E no Brasil?
Fernanda Porto - Foi impressionante que, no início da turnê na Europa, o público ainda era local. E, aos poucos, os brasileiros de lá começaram a aparecer nos shows. Mas aqui no Brasil foi muito rápido. Fiz shows pelo País inteiro, mesmo ser ter lançado meu primeiro CD.

Veja agenda dos novos singles de Fernanda Porto:

1 - Tempo me Ensina (10 de abril)

2 - Um Dia Inteiro só pra Nós (24 de abril)

3 - Eu já te Conheço? (8 de maio)

4 - Tá Tudo Bem? (22 de maio)

5 - Corpo Elétrico (5 de junho)

6 - Melodia Infinita (19 de junho)

7 - Aprenda a Calcular (3 de julho)

8 - Nosso Amor Vai Virar um Segredo (17 de julho)

9 - Minha Cabeça (31 de julho)

10 - Paulistana de Verdade (14 de agosto)

 


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