"Ferrugem" mostra as consequências do bullying na internet
Filme foi exibido na noite dessa terça-feira no 46º Festival de Cinema de Gramado
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Este tipo de história tem sido recorrente em muitos pontos do mundo e provocado diversas consequências em cada episódio. “Ferrugem” tenta dialogar com a temática relatando as duas versões da história: a vítima e o responsável. Felizmente, o longa foge de querer ser didático e inocente na primeira parte, onde acompanhamos o sofrimento da jovem que busca uma saída desta situação constrangedora. Porém, no auge do arco dramático, o filme mergulha no drama de Renet e o ritmo emperra nesta segunda parte.
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O foco em cima deste personagem persiste tempo demais e chega a desgastar a inconsequência do ato do menino. Apesar de ser necessário retratar o que se passa o lado de Renet, a empatia com ele acaba perdendo-se no desenrolar do drama.
A direção de Aly Muritiba soube trabalhar perfeitamente com os atores adolescentes. É inspirador ver como ele também empodera as personagens femininas em apresentá-las com atitude em cima das diversas situações que elas enfrentam. Como, por exemplo, Tati tendo iniciativa do beijo em Renet e Raquel (Clarissa Kiste), mãe do rapaz, que o empurra para encarar as consequências do seu ato. Ao contrário dos papéis masculinos. Renet e o pai do adolescentes insistem no silêncio e na fuga da investigação do caso.
"Ferrugem" tem uma história importante para ser debatida entre pais e adolescentes. O filme consegue representar os sentimentos de humilhação e culpa em cima dos protagonistas e transmitir isso para o público com um arco dramático necessário para que não haja mais fatalidades virtuais. O longa estreia no dia 30 de agosto nos cinemas brasileiros.