Filmes de ficção no streaming se baseiam em fatos reais para construir narrativa

Filmes de ficção no streaming se baseiam em fatos reais para construir narrativa

Uma das produções é "Papillon", que conta história de pequeno bandido francês na década de 1930

Marcos Santuario

Charlie Hunnam e Rami Malek estrelam "Papillon"

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Que a vida imita a arte, já é ideia corrente, até em tempos de isolamento social. O outro lado desta verdade é que a arte apresenta a vida, em suas mais variadas facetas e com seus mais interessantes personagens. Por isso, uma das distribuidoras brasileiras mais antigas do mercado de audiovisual, a Califórnia Filmes, apresenta parte de seus títulos, recentes ou não, que são produções baseadas em fatos reais.

Alguns deles foram sucesso no cinema, outros foram disponibilizados diretamente no streaming, onde podem ser vistos nestes dias em que os cinemas não são uma opção. Mas não se trata aqui de filmes catástrofe ou epidemiológicos, e sim de vidas que se destacaram no universo humano.

O primeiro título proposto é “Eu, Tonya”, do diretor australiano Craig Gillespie, lançado em 2017, estrelado por Margot Robbin, que recebeu uma indicação ao Oscar por esse filme. “Eu, Tonya” acompanha a vida da ex-patinadora Tonya Harding. Durante os anos 1990, ela conseguiu superar a infância pobre e emergir como campeã de patinação artística, mas, ficou mundialmente conhecida quando seu marido, Jeff Gilloly, e dois ladrões tentaram incapacitar uma de suas concorrentes nas Olimpíadas de Inverno de 1994. O filme foi indicado a outros três Oscars e recebeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para Allison Janney.

Do mesmo ano é “Escobar: A Traição”, de Fernando León de Aranoa, com Javier Barden, no papel de Pablo Escobar e Penelope Cruz, como a jornalista Virginia Vallejo. O filme é ambientado no começo dos anos 1980, quando a jornalista colombiana começa um caso de amor com o mais poderoso e temido traficante de drogas do mundo: Pablo Escobar. 

Em outro universo, “Papillon” é também destaque. Baseada em fatos reais, conta a história de Papillon, pequeno bandido do subúrbio de Paris da década de 30, condenado à prisão perpétua por um crime que não cometeu. Enviado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, conhece Louis Dega, homem que Papillon promete ajudar em troca de auxílio para escapar da prisão.

Estrelado por Charlie Hunnam e Rami Malek, “Papillon” e dirigido pelo realizador dinamarquês Michael Noer. O filme é um remake da obra de 1973, com Steve McQueen e Dustin Hoffman como protagonistas. 

Para os amantes de tramas de espionagem a dica é “A Espiã Vermelha”, do britânico Trevor Nunn, e protagonizado por Judi Dench. Na tela, uma viúva aposentada, que vive nos subúrbios de Londres, é presa pelo Serviço Secreto Britânico por dividir informações científicas confidenciais. Durante o interrogatório, revive os eventos dramáticos que fizeram parte de sua vida. E tudo começa lá em 1938, quando a britânica Joan Stanley estudava física em Cambridge, se apaixona por um jovem comunista.

Ainda nesta linha, outro título disponível é “Setembro em Shiraz”, dirigido pelo australiano Wayne Blair, e contextualizado durante a Revolução Islâmica no Irã, em 1979. Naquele momento, uma família judia é pega e precisa fugir do país para que seus membros não sejam mortos pelo governo que tomou o poder. Além da trama e do roteiro elogiáveis, destaque especial para as atuações de Salma Hayek e Adrien Brody.

Vale também conferir o trabalho dos atores Michael Shannon, Chris Evans, Winona Ryder e Ray Liotta, em “O Homem de Gelo”, produção norte-americana dirigida pelo israelense Ariel Vromen. Na tela está posta a verdadeira história de Richard Kuklinski, um notório assassino de aluguel e homem de família. Depois de várias ações é finalmente preso em 1986, mas nem sua esposa nem as filhas tinham qualquer pista sobre sua verdadeira profissão.

Seguindo a aproximação com nomes que marcaram a história, o diretor haitiano Raoul Peck é o responsável por “O Jovem Karl Marx”, que apresenta Karl Marx, aos 26 anos, embarcando ao exílio junto com sua esposa, Jenny.

Na Paris de 1844, ele conhece Friedrich Engels, filho de um industrialista que investigou o nascimento da classe trabalhadora britânica. Dândi, Engels oferece ao jovem Marx a peça que faltava para completar a sua nova visão de mundo. Entre a censura e a repressão, os tumultos e as repressões políticas, eles lideram o movimento operário em meio a era moderna. Coprodução entre França, Alemanha e Bélgica. 

No campo das produções artísticas, indicado ao Oscar de Melhor Ator, Bryan Cranston interpreta o roteirista Dalton Trumbo em “Trumbo: Lista Negra”, dirigido por Jay Roach, nascido no Novo México. Com história singular em Hollywood, apesar de ter escrito alguns dos filmes de maior sucesso da época, como “A Princesa e o Plebeu” de 1953, ele se recusou a cooperar com o Comitê de Atividades Antiamericanas do congresso e acabou preso e proibido de trabalhar.

Mesmo quando saiu da prisão, Trumbo demorou anos para vencer o boicote do governo, sofrendo com problemas envolvendo familiares e amigos próximos. O elenco conta com nomes como Bryan Cranston, Diane Lane e Helen Mirren.

Da Noruega, a dica é ”Utoya, 22 de Julho”, retratando aquele que já foi considerado o pior dia da história norueguesa moderna, em produção dirigida por Erik Poppe. No enredo, a jovem Kaja se diverte com sua irmã mais nova Emilie, 12 minutos antes de uma primeira bomba chegar ao acampamento de verão na ilha Utøya, no que seria o segundo ataque terrorista de Anders Behring Breivik em menos de duas horas, e que matou 69 pessoas.

Kaja representa o pânico, medo e desespero dos 500 jovens enquanto busca sua irmã na floresta. A obra é uma reencenação do massacre, filmada em uma única tomada e em tempo real.


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