Fundação Iberê reabre as portas com duas mostras

Fundação Iberê reabre as portas com duas mostras

No dia 19, instituição promove sua reabertura, sempre de sextas a domingos, para grupos de até 15 pessoas, com agendamento

Fundação Iberê Camargo reabre suas portas no sábado, dia 19 de setembro

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Depois de seis meses fechada, a Fundação Iberê reabre as suas portas no dia 19 de setembro (sábado) com duas exposições inéditas: “O Fio de Ariadne” e “Iberê Camargo - Tudo Vem do Nosso Pátio”. No momento de retomada parcial, as visitas ocorrerão de sexta a domingo, das 14h às 18h, com agendamento pelo e-mail agendamento@iberecamargo.org.br. Serão cinco grupos com até 15 pessoas que poderão conhecer as mostras instaladas no átrio e segundo andar, sempre acompanhados por um mediador. Para entrar na Fundação, será obrigatório o uso de máscaras, higienização das mãos e medição de temperatura. O Café Iberê funcionará em formato delivery e o estacionamento ficará aberto das 13h às 19h. Nesta fase, em função dos custos para operacionalizar os cuidados sanitários, será necessária uma modalidade de contribuição à Fundação pelo www.sympla.com.br. 


"O FIO DE ARIADNE" 

 

Durante as décadas de 1960 e 1970, além de sua intensa produção em pintura, desenho e gravura, Iberê Camargo realizou trabalhos em cerâmica e tapeçaria. Eles respondiam a uma demanda do circuito de arte, herdada da utopia modernista que preconizava o conceito de síntese das artes; uma colaboração estreita entre arte, arquitetura e artesanato. Com assessoria técnica das ceramistas Luiza Prado e Marianita Linck, o artista realizou nos anos 1960 um conjunto de pinturas em porcelana com resultados surpreendentes. Na década seguinte selecionou um conjunto de cartões que foram transformados por Maria Angela Magalhães em impactantes tapeçarias. 

Além das 37 cerâmicas, sete tapeçarias de grandes dimensões e cartões pintados por Iberê e gravuras, “O Fio de Ariadne” faz referência à urdidura feminina que apoiou o trabalho de Iberê Camargo ao longo de sua história. 
Na conhecida lenda grega, o herói Teseu consegue se salvar graças à Ariadne, que lhe dá um novelo de lã para guiá-lo no intrincado labirinto de Creta. 

O mito de Ariadne, que tem inúmeras interpretações filosóficas e psicológicas, mostra também como o apoio de uma mulher pode levar o herói à vitória.
Assim, a exposição oferece algumas camadas de leitura ao público: apresenta uma faceta menos conhecida da obra de Iberê Camargo; demonstra a qualidade artística de cerâmicas e de tapeçarias – colocando em questão algumas convenções ultrapassadas do circuito de arte – e torna visível a rede feminina que sempre deu suporte ao artista, revelando as vozes de Ariadne.

A mostra, com curadoria de Denise Mattar e Gustavo Possamai, será complementada por uma cronologia ilustrada, reunindo fotos e depoimentos de algumas das mulheres que marcaram presença na vida de Iberê, como a esposa, Maria Coussirat Camargo, a artista Djanira, as ceramistas Luiza Prado e Marianita Linck, as artistas Regina Silveira e Maria Tomaselli, a tapeceira Maria Angela Magalhães, a gravadora Anna Letycia, a escritora Clarice Lispector, as gravadoras Anico Herskovits e Marta Loguercio, a galerista Tina Zappoli, a produtora cultural Evelyn Ioschpe, a cantora Adriana Calcanhotto e a atriz Fernanda Montenegro.

 

"TUDO VEM DO NOSSO PÁTIO" 

 

 A exposição ocupará o grande átrio do centro cultural com gravuras assinadas por 35 artistas gaúchos de diferentes trajetórias, matizes e gerações que participaram do projeto Artista Convidado. Muitos deles experimentaram, pela primeira vez, a técnica da gravura em metal na tradução de suas poéticas. Alguns voltaram ao seu lugar de origem para essa residência. Outros, mesmo vivendo na Capital, fizeram uma imersão na própria Fundação. 

A partir da experiência no ateliê e da vivência com a arquitetura de Álvaro Siza, poderemos observar obras com referências ao edifício e seu entorno, ao Iberê e ao ofício da gravura, como nas imagens de Cristiano Lenhardt, Daniel Escobar, Jander Rama Maria Lucia Cattani, Marilice Corona, Luiz Eduardo Achutti, Rafael Pagatini e Walmor Corrêa.

Para dialogar com esses artistas, foram selecionadas gravuras e pinturas de Iberê Camargo realizadas, simultaneamente, entre os anos 1989 e 1992. Na pintura "No tempo" (1992), junto à "Ciclista" (1990), reaparece outro elemento icônico do artista, o "Carretel", no mesmo quadro, tornando-se, assim, memória. 

Os artistas participantes são Iberê Camargo, Ariberto Filho, Carlos Pasquetti, Carlos Vergara, Cláudia Hamerski, Cristiano Lenhardt, Daniel Acosta, Daniel Escobar, Danúbio Gonçalves, Eduardo Haesbaert, Elaine Tedesco, Élida Tessler, Flávio Gonçalves, Gisela Waetge, Karin Lambrecht, Jander Rama, Jorge Menna Barreto, Lia Menna Barreto, Lucia Koch, Luiz Carlos Felizardo, Luiz Eduardo Achutti, Maria Lucia Cattani, Marilice Corona, Mauro Fuke, Michel Zózimo, Nathalia García, Nico Rocha, Rafael Pagatini, Regina Silveira, Rochelle Costi, Saint Clair Cemin, Teresa Poester, Vera Chaves Barcellos, Walmor Corrêa, Xadalu.

 


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