Fundação Theatro São Pedro confirma demissões

Fundação Theatro São Pedro confirma demissões

Presidente da entidade assegura que desligamento dos 32 trabalhadores não tem relação com a crise gerada pela pandemia

Carlos Corrêa

Demissão de 32 colaboradores do TSP foi confirmada nesta quinta-feira pelo presidente da Fundação

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A Fundação Theatro São Pedro confirmou, nesta quinta-feira, a demissão de 32 trabalhadores. De acordo com o presidente da entidade, Antônio Hohlfeldt, os desligamentos não têm relação direta com a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, os desligamentos são consequência de um processo que se arrasta há alguns anos. Hohlfeldt alega que, quando assumiu o cargo, em 2018, foi alertado que o fato de a Associação Amigos do Theatro São Pedro, responsável pela contratação dos profissionais demitidos, não participar de processos de licitação era irregular e que a situação precisava ser resolvida. "Já empurramos por um ano, venceu em maio do ano passado, conseguimos segurar por um ano", afirma.

Em nota oficial, a Fundação reafirma a versão e observa que a licitação para novas contratações foi dividida em dois blocos. Em um, estão funcionários de serviços gerais, como seguranças e porteiros. Esse processo já foi lançado e deve ter resultado em 15 dias. O segundo abrange funcionários de palco e ainda está em fase de preparação, com previsão de lançamento para os próximos dias. O presidente da Fundação assegura que novas contratações serão feitas, mas não garantiu que todas as vagas serão repostas. "Estamos fazendo uma reavaliação de necessidades. Vamos preencher todas as funções, mas não necessariamente no mesmo número", revela Hohlfeldt, sem especular qual seria este número.

A reação no meio artístico foi imediata. Um grupo de artistas divulgou uma carta de repúdio à decisão. "Mais uma vez, é do lado dos mais fracos onde restam as baixas de uma briga alheia, vitimados pela perda de seus postos de trabalho sem justa causa, em meio à pandemia da Covid-19 e todas as suas devastadoras consequências humanas e financeiras", afirma um trecho.

Entre os demitidos, havia profissionais com mais de 25 anos de casa. Para o presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul (Sated-RS), Fábio Cunha, a decisão pelas demissões em meio à pandemia foi surpreendente. "Nos pegou da noite para o dia de uma maneira muito negativa. Eles poderiam ter segurado mais um pouco. Foram 30 trabalhadores. Pelo menos que esperassem passar esse momento da Covid-19. Poderia ter uma vontade política para empurrar essa situação por um tempo, não levaria mais 30 trabalhadores ao desemprego durante essa pandemia", critica. "Não havia como. Explodimos todos os prazos, é uma questão administrativa", assegura Hohlfeldt.


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