Gal Gadot vai produzir filme baseado em livro proibido nas escolas de Israel pelo governo

Gal Gadot vai produzir filme baseado em livro proibido nas escolas de Israel pelo governo

Ao lado do marido, atriz vai adaptar para os cinemas “All the Rivers”, um romance entre uma judia e um palestino

Correio do Povo

Ainda não há previsão de lançamento

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A atriz Gal Gadot e seu marido, Jason Varsano, vão produzir a adaptação cinematográfica de um romance banido das listas de leituras de escolas pelo governo de Israel devido à representação de um romance entre uma judia e um palestino. Trata-se de “All the Rivers”, de Dorit Rabinyan, vencedor do aclamado prêmio literário Bernstein em 2015. A narrativa conta a história de Liat, uma tradura israelense de Tel Aviv, e do artista palestino Hilmi, nascido em Ramallah, na Cisjordânia, que se conhecem em Nova Iorque e se apaixonam.

Juntos, eles exploram a cidade, compartilhando risadas, fantasias e dores de saudade. Mas a alegria irrestrita que despertam um no outro não pode superar a culpa que Liat sente por escondê-lo de sua família em Israel e de seus amigos judeus no Estados Unidos. À medida que sua data de partida se aproxima e seu amor por Hilmi se aprofunda, ela deve decidir se está disposta a arriscar e apresentá-lo aos seus parentes e comunidade.

O livro provocou controvérsias em Israel quando o ministro da Educação Naftali Bennett o proibiu de constar nas listas de leituras obrigatórias escolares em 2015 por "incentivar relações interraciais". À época, o jornal Haaretz citou uma carta de Dalia Fenig, uma representante do órgão governamental, na qual ela afirmou que a publicação era inadequada para os estudantes do ensino médio. "Os jovens adolescentes tendem a romantizar e não têm, em muitos casos, o ponto de vista sistemático que inclui considerações sobre a preservação da identidade da nação e o significado da assimilação", escreveu.

Já o ministro da Educação disse à emissora Channel 2 que parters do texto retratavam os soldados como "sádicos" e expunham detalhes de um romance entre um palestino preso por razões de segurança e uma mulher israelense. "Devo forçar as crianças israelenses a lerem isso? Essa é uma prioridade?", questionou. "As autoridades discutiram a questão de incluir o livro no currículo. Depois de examinar seriamente todas as considerações e avaliar as vantagens e desvantagens, decidimos não inclui-lo", afirmou.

Escritores e políticos da oposição ao governo de Benjamin Netanyahu criticaram a medida. A autora, Dorit Rabinyan, disse ao Channel 2 que a rejeição era irônica porque "o romance trata precisamente do medo israelense de assimilação no meio árabe em que existimos". "Parece que alguém do Ministério da Educação ainda acredita no poder da literatura de gerar mudanças nas almas maleáveis dos jovens e, por alguma razão, isso parece otimista para mim", rebateu. Ainda assim, ela perguntou em uma entrevista no Canal 2: "Quando começamos a proibir livros?".

Mas proibição teve efeito contrário. “All the Rivers” figurou naquele ano como uma das obras mais comercializadas na lista do jornal The Guardian. "O livro de Rabinyan é uma espécie de Romeu e Julieta, um caso de amor proibido entre uma garota judia de Tel Aviv e um garoto palestino de Hebron... Um belo romance", escreveu o periódico em sua crítica.

Adaptação ao cinema

A estrela de “Mulher Maravilha” e seu marido irão coproduzir o filme com o Keshet Studios através da Pilot Wave, produtora que o casal fundou. Israelense, Gal está visitando seu país natal para as festas de final de ano, entre as filmagens de uma nova adaptação de "Morte no Nilo", de Agatha Christie, com Kenneth Branagh, e "Red Notice", com Dwayne Johnson. O Keshet não revelou se a atriz teria um papel de protagonista na adaptação de "All the Rivers", dizendo apenas que os anúncios de elenco seriam feitos posteriormente.

 

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