Gramado se rende ao jazz e ao blues

Gramado se rende ao jazz e ao blues

Primeiro festival dos gêneros na cidade serrana projetou grupos e cativou público

Luiz Gonzaga Lopes

Bibi Jazz Band, liderada por Bibi Blue, representatividade feminina no festival

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No final da noite de sábado, após dois dias inteiros de atividades foi encerrado o 1º Gramado Jazz & Blues Festival, festival que reunirá atrações locais e nacionais em shows gratuitos na Rua Coberta, em locais públicos da cidade serrana e no bar do Wish Serrano Gramado, hotel oficial do festival. O festival teve uma característica de cativar o público, aproximando pessoas que ainda não são amantes do jazz e do blues e também de projetas grupos que ainda não são tão conhecidos do grande público.

Com realização é Secretaria da Cultura de Gramado, idealização de Marilourdes Franarin, do Escritório de Produção, e curadoria de Bruno Melo, do Traga Seu Show, o festival possibilitou também o passeio por estilos que dialogam com o jazz e o blues, como o chorinho e o tango, na apresentação de sábado à noite, na rua coberta de Hique Gomez e Dúnia Elias, com direito a canções como “Libertango”, de Astor Piazzolla; “Eleanor Rigby”, dos Beatles, em levada de tango, e alguns chorinhos de Dúnia, como “O Choro do Bugio” e “Chorinho para Dois Pianos”.

“Quando pensei nas atrações do festival, eu queria valorizar os novos talentos, dar protagonismo a quem às vezes esperar o seu momento. Por isso, a importância do edital, que revelou momentos únicos do festival, como o Quarteto New Orelans, de Caxias do Sul, fazendo a marcha ao estilo New Orleans, conquistando o público”, revela Bruno Melo. Outro ponto importante da curadoria foi a presença feminina no festival, de nomes como Bibi Blue, da Bibi Jazz Band, e Melina Vaz e seu quarteto.

“As mulheres precisam desta representatividade nos festivais e em todas as áreas. Não precisamos de nomes de flores ou de espaços separados, temos nossa voz e nossa arte”, ressaltou Bibi Blue, entre uma canção e outra de sua apresentação na Rua Coberta, no sábado à noite, cantando músicas em inglês, espanhol, italiano e até português: “Body and Soul”, “All of Me”, na versão em espanhol, “Satin Doll” e “A Verdade Não Me Ilude”, de Nei Lisboa.

Os shows se multiplicaram por espaços públicos e um dos mais belos locais foi o Lago Negro, com apresentação da banda porto-alegrense Hard Blues Trio. O trio formado por Dani Ela (voz/baixo), Juliano Rosa (guitarra) e Alexandre Becker (bateria) fez passeio por blues autorais deles e de outros compositores, como “Pé na Estrada” e “500 Miles” e clássicos consagrados como “Gimme All Your Lovin’”, do ZZ Top, e “Money fo Nothing”, do Dire Straits.

Outro momento importante do festival foi a integração entre os artistas que aconteceu no Maggiore Lounge, do Wish Serrano, nas noites de sexta e sábado, após os shows de Nicola Spolidoro Quarteto e Andy Serrano Jazz Aces, respectivamente. Na sexta, Nicola estava tocando com os músicos da Marmota e com o vocal de Melina Vaz. No sábado, Andy Serrano empunhou sua gaita de boca, com o violino de Hique Gomez e a participação dos músicos do Hard Blues Trio.

“Este é um dos momentos mais importantes do festival. A Jam Session é a oportunidade de conhecer e de tocar com pessoas que nunca poderíamos fazer num momento normal. Eu não conhecia o guitarrista da Hard Blues. Ele é muito bom”, afirma Hique Gomez.

O festival teve também momentos para aulas de música e história da música nas masterclasses, como foi a de Amilton Godoy (Zimbo Trio), na sexta, e de James Liberato, no sábado, e de grandes shows como foi o do Luciano Leães & Big Chiefs, Mary Kerber e Ale Ravanello, e do Amilton Godoy Trio.


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