Harry e Meghan dão entrevista de alto risco para a monarquia britânica

Harry e Meghan dão entrevista de alto risco para a monarquia britânica

As confissões do príncipe Harry e sua esposa Meghan na televisão americana neste domingo prometem ser diretas e potencialmente explosivas para a monarquia

AFP

Em outubro de 2018, Jason Knauf, então secretário de comunicações de Harry e Meghan, apresentou uma queixa de assédio moral, no local de trabalho

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Um ano após sua ruptura com a família real britânica, as confissões do príncipe Harry e sua esposa Meghan na televisão americana neste domingo prometem ser diretas e potencialmente explosivas para a monarquia. 

Em uma entrevista de duas horas com Oprah Winfrey, da qual o canal CBS já adiantou alguns trechos, a ex-atriz americana de 39 anos, duquesa de Sussex desde que se casou com o neto de Elizabeth II em 2018, fala abertamente sobre como foi tratada pela família real e pela imprensa britânica. 

Em um dos trechos vistos até agora, Meghan acusa o Palácio de Buckingham de "promover inverdades" sobre a decisão do casal no início de 2020 de abandonar suas responsabilidades no berço da família real e se mudar para a Califórnia.  

A divulgação dessas declarações, gravadas há algumas semanas, ocorreu na quarta-feira, poucas horas antes do anúncio por parte do Palácio de Buckingham de que investigaria informações da imprensa sobre um suposto assédio moral de Meghan aos seus empregados quando vivia em Londres. 

Esta é uma decisão bastante incomum para uma instituição pouco acostumada a promover disputas em público e uma amostra da magnitude da crise, sem precedentes desde a ruptura da princesa Diana com a monarquia britânica. 

A entrevista "provocará com quase toda certeza uma situação embaraçosa para a família real", disse à AFP o especialista em realeza britânica Richard Fitzwilliams.  

Nem reclamar, nem dar explicações

A família real nunca se sentiu confortável com as confissões públicas, muito distantes de seu lema "nunca reclame, nunca dê explicações".

As poucas entrevistas longas concedidas pelos membros da monarquia britânica foram "catastróficas", recorda Fitzwilliams.  

O príncipe Charles, pai de Harry, encontrou grandes dificuldades quando confessou em 1994 ter traído a princesa Diana. 

Um ano depois, Diana concedeu uma entrevista explosiva para a BBC, na qual explicou detalhadamente a crise de seu casamento para quase 23 milhões de espectadores.  

Mais recentemente, em 2019, o príncipe Andrew, irmão de Charles, foi obrigado a se retirar da vida pública depois de defender na televisão sua amizade com o falecido bilionário americano Jeffrey Epstein, acusado de explorar sexualmente menores, sem mostrar nenhuma compaixão pelas vítimas. 

Harry, de 36 anos, sexto na ordem de sucessão ao trono britânico, culpou repetidamente a imprensa britânica de ter contribuído para a morte de sua mãe em 1997.

Nos trechos da entrevista divulgados pela CBS, ele explica que abandonou definitivamente o Reino Unido por medo de que "a história se repetisse". 

No entanto, o momento escolhido para se explicar não é dos melhores: a entrevista gravada em sua luxuosa mansão de Santa Bárbara será transmitida no mesmo dia que um dos poucos discursos televisionados da rainha, devido ao Dia de Commonwealth. Também acontecerá enquanto seu avô, o princípe Philip de 99 anos, está internado há algumas semanas devido a uma infecção.


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