Homenagens a damas do cinema em Gramado
A chilena Paulina Garcia e a gaúcha Ítala Nandi receberam homenagens
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A atriz chilena Paulina Garcia foi uma das homenageadas do Festival de Gramado. Na noite de ontem, no palco do Palácio dos Festivais, ela recebeu o Kikito de Cristal, honraria que em 2022 completa 15 anos e sempre é entregue a grandes expoentes do cinema latino-americano.
Paulina já recebeu o troféu Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Berlim por "Gloria", além de um Prêmio Platino em 2014. "Estou muito honrada de estar neste lugar maravilhoso", disse a artista. Em entrevista durante a tarde com a imprensa, ela falou do atual momento do audiovisual no Chile. "A pandemia e a falta de políticas públicas estão por trás do que conseguimos fazer com nossos próprios meios. Fazemos como podemos, com um custo pessoal muito elevado", comentou.
Sobre a relação de "amor e ódio" entre o cinema e o streaming, ela acredita que ambos os formatos podem conviver. Ressaltou o lado positivo de que as séries permitem que o audiovisual tenha mais formas de se sustentar, além de permitir que o público veja produções dos mais diversos lugares e línguas. Para que os países da América Latina vejam mais produçõe de seus países integrantes, ela acredita que há uma responsabilidade de distribuidoras e exibidores que precisa ser questionada. No momento de receber o troféu à noite, ela destacou o atual momento do Chile, que se prepara para a redação de uma nova Constituição, que ela apoia para fortalecer a democracia.
Ítala é um marco das artes produzidas no Rio Grande do Sul. No cinema, integrou o elenco de obras a partir dos anos 1960, como “O Bandido da Luz Vermelha” (Rogério Sganzerla, 1968), “Os Deuses e os mortos’’ (Ruy Guerra, 1970), “Barra pesada” (Reginaldo Faria, 1977) e “O Cortiço” (Francisco Ramalho Júnior, 1978). Seus feitos não se restringem à frente das câmeras. Ela foi a primeira mulher gaúcha a dirigir um longa-metragem, em 1981 quando lança "In Vino Veritas".