Irreverência de "Pipocas de Papiro" chega a Porto Alegre

O final de semana reserva várias atrações nos palcos de Porto Alegre, como a irreverente "Pipocas de Papiro", da Cia. Déjà-vu, em estreia no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736), de sextas a domingos, 20h. Apesar de a trama se passar no Antigo Egito, os personagens andam de bicicleta, skate, surfam e são conectados tecnologicamente, falando ao celular e pelo Facebook, ouvindo iPod e usando GPS.

Escrita por Ricardo Figueiras, a peça marca o retorno aos palcos de Antonio Rabadan, que normalmente atua como figurinista, e da diretora Vanja Ca Michel, que contracenam com o ator João Carlos Castanha, além de dez jovens talentos. Um louco faraó, cuja única preocupação é treinar pulgas para corridas, tem uma filha adolescente, que sonha com seu patrocínio para o Rock in Nilo, e um filho skatista e surfista, que mantém um namoro virtual com a escrava de sua irmã.

Por ser afrodescendente, o menino suscita dúvidas acerca da fidelidade de sua mãe. Para movimentar a trama, quatro vilões bolam um plano para transformar a família real em outras pessoas, prenunciando uma desgraça.

Incomunicabilidade é tema no festival

No Festival do Teatro Brasileiro - Cena Paranaense, o grupo Antropofocus TM apresenta "Contos Proibidos de Antropofocus", no Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/n), somente neste sábado, 21h, e domingo, às 18h. No espetáculo sem diálogos, a incomunicabilidade é focada no encontro de pessoas desconhecidas que raramente dão início a uma conversa: dentro de um ônibus, debaixo de uma marquise num dia de chuva ou em um banheiro masculino.

Já na mostra que resgata as peças escritas por Ronald Radde nos anos de chumbo, a atração é "Apaga a Luz e Faz de Conta que Estamos Bêbados", no Teatro Novo DC (DC Shopping - Frederico Mentz, 1561), hoje e amanhã, às 21h. Zé Adão Barbosa assina a direção da peça, cuja versão original estreou em 1972, sobre um homem (Tadeu Lisenfeld) e uma mulher (Betina Müller) solitários, numa noite qualquer, tentando encontrar um sentido para suas vidas, por meio de um jogo de suspense, indagações, mentiras e verdades.

Já na sala 209 da Usina do Gasômetro (João Goulart, 551), a Cia. Rústica faz últimas sessões de "Miragem", hoje e amanhã, às 19h. Marina Mendo assume a direção, com Lisandro Bellotto, e divide o palco, com Marcelo Mertins, na peça que recicla objetos e memórias dos artistas, criando pontes entre passado e presente, ficção e realidade. Um açougueiro escondido, com o avental sujo de sangue; um vestido azul usado pela rainha de um clube de futebol em 1952; e uma jovem sentada na beira da praia, com a barriga cortada de um lado ao outro.