Itaú Cultural lança “Festival Arte como Respiro”

Itaú Cultural lança “Festival Arte como Respiro”

Mostra online apresenta 26 obras ao longo de oito dias

Correio do Povo

“Guia Improvável para Corpos Mutantes”, espetáculo gaúcho de dança, será apresentado no dia 25 de julho

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As primeiras obras selecionadas no edital emergencial de artes cênicas promovido pelo Itaú Cultural poderão ser conferidas no “Festival Arte como Respiro”, que oferecerá 26 obras, marcadas pela diversidade de linguagens e territórios, que o público de todas as idades poderá maratonar durante oito dias. O primeiro bloco tem início nesta sexta e segue até domingo, sendo retomado de 22 a 26 de julho, pelo site www.itaucultural.org.br. Cada performance, quadro de dança, número circense, cena ou espetáculo - criada antes ou durante a pandemia – permanece no ar por 24h, cedendo lugar ao próximo. 

No total foram contempladas 200 obras no edital de artes cênicas, que a instituição subirá na web no decorrer de 2020, assim como nos editais de música, literatura, poesia surda, artes visuais e audiovisual.  As temáticas deste primeiro recorte vão de questões sociais, raciais e de gênero até situações individuais ou coletivas causadas pelo isolamento social. Permeada por obras curtas de abertura, a programação está dividida em sessões voltadas ao público adulto,  às 20h, e aos finais de semana, às 15h, para as crianças.  

A abertura, hoje, é com “Rezos da Xamãe Zanoia” (PE), série de cinco vídeos/pílulas de medicina do riso conduzidos por Livia Falcão, na pele de uma índia, cuja missão é rir de si mesma e vive em terras distantes, fazendo vídeo-chamadas para a Terra para compartilhar saberes sobre este momento. Na sequência, “O Louco e a Camisa” (SP), dirigido por Elias Andreato, traz uma família, marcada pela convivência hipócrita entre pai, mãe, filhos e genro. Buscando esconder o filho, tido como louco por suas ideias, tenta parecer o que não é, enquanto o “louco” é quem se mantém fiel aos seus valores.

No sábado, os argentinos da Cia. Circo da Lua, radicados na Bahia, entram no ar às 15h, em “MultiplicArte”, com os palhaços Carrapicho e Andorinha. Cansados de ficarem sozinhos em casa na pandemia, eles tentam mudar a sua realidade com arte e magia.  A seguir, “Shake Shake Show” (SP), da Cia. Vagalum Tum Tum, conhecida por montagens de textos de Shakespeare costuradas por canções autorais, traz humor e poesia ao reunir quatro versões de tragédias do bardo, a partir de “Rei Lear”; “Hamlet”, “Macbeth” e “Henrique V”. À noite, após o segundo episódio de “Rezos da Xamãe Zanoia”, desta vez com foco na natureza, entra “Tecituras” (MG), da Quik Cia. de Dança, em um registro de processos de improvisação realizados em espaços públicos de cidades por onde passaram, construído por relações permeáveis entre corpo, objeto, imagem, sonoridades, voz e arquitetura.

Neste domingo, “O Concerto” (SP), do Circo de Québra, se passa em uma lavanderia e  explora o humor por meio de recursos especiais de teatro de animação e efeitos cômicos físicos e sonoros, propostos pela linguagem clownesca. Na sequência, a Ávila Produções traz o delicado “A Menina Kung Fu” (SP), com acessibilidade em Libras, no qual uma menina de nove anos com deficiência visual é apaixonada pela arte do kung fu. Ao mudar de bairro com os pais, ela tem que frequentar uma nova academia de artes marciais, frequentada apenas por meninos, convivência que obriga a todos a discutir, na prática, questões como inclusão, discriminação, empoderamento feminino e bullying. Às 20h tem vez a terceira chamada de “Rezos da Xamãe Zanoia”, na qual a índia Zanoia fala com o planeta Terra sobre a figura da mãe. Quem fecha a série de espetáculos é “Histórias de Pescadores” (CE), do  Coletivo Zanzulim, que conta de forma memorial, poética e afetiva, a história da praia do Mucuripe, em Fortaleza. Em foco estão as transformações ocorridas na região e mudanças nas relações da comunidade, dos seus primeiros habitantes, indígenas, até hoje. No dia 25 terá vez o gaúcho “Guia Improvável para Corpos Mutantes”, espetáculo de dança de Airton Tomazzoni, no qual um grupo de bailarinos busca redescobrir as possibilidades do corpo para se modificar por si só. Eles criam um universo imaginário e lúdico para o corpo que dança, abordando temas como o incentivo à criatividade, o respeito às diferenças, a afirmação da diversidade e os sabores e desafios da tecnologia na atualidade. 

 


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