João Donato e Jards Macalé lançam “Síntese do Lance”

João Donato e Jards Macalé lançam “Síntese do Lance”

how será transmitido neste sábado, às 21h, no Youtube do Sesc São Paulo
e Instagram @sescaovivo

Correio do Povo

Curiosamente, as trajetórias de Donato e Macalé fluíram em paralelo, até este trabalho, pelo selo Rocinante, que já está nas plataformas digitais.

publicidade

Após posarem nus, atrás de folhagens da Mata Atlântica, para a capa de “Síntese do Lance”,  João Donato, 87 anos, e Jards Macalé, 78 anos, saem em turnê com a banda que gravou o disco: Guto Wirtti no contrabaixo, Marlon Sette no trombone (são dele os arranjos de metais) e José Arimatéa no trompete, acompanhados de Renato Massa na bateria - o único que não participou das gravações. Os primeiros shows do álbum em dupla serão realizados neste final de semana, no Sesc Pinheiros, em São Paulo, sendo que neste sábado, 18, às 21h, a apresentação será transmitida pelo Youtube do Sesc SP e Instagram @sescaovivo.

Um nasceu no Acre, em 1934. O outro, no Rio de Janeiro, em 1943. Um foi expoente da bossa nova com o plus das fusões jazzísticas e um constante renovador da música brasileira.  O outro, um farol sempre na vanguarda, com talentos múltiplos e muitas histórias para contar. De 1960 para cá, os dois cruzaram acordes com quase todos os grandes nomes da nossa música popular e lançaram discos essenciais. Curiosamente, as trajetórias de Donato e Macalé fluíram em paralelo. Até “Síntese do Lançe” (Rocinante), que já está nas plataformas digitais. É como se esses dez temas do álbum, entre cantados e instrumentais, reunissem muito do que escutaram e tocaram por aí no arco do tempo.  "É um caleidoscópio sonoro que alivia as tensões. A cada audição, aparecem outros detalhes. Estou feliz", afirma Macalé. "Desde muito jovem, quando comecei a gostar de música, sou fã incondicional de João Donato. Era um dos quatro músicos que mais ouvia, ao lado de Johnny Alf, João Gilberto e Tom Jobim. Fui muito amigo desses três e Donato era quem faltava na minha coleção de amizades", pontua. "Estar perto do Macalé é uma coisa maravilhosa, tudo começa e termina em gargalhoterapia", brinca Donato.
 

Um balanço latino-americano

"Côco Táxi" é a primeira parceria destes senhores com alma de criança e foi um dos singles lançados para anunciar o álbum. Em diferentes momentos, eles já andaram no Côco Táxi, um triciclo envolto por um grande côco, pitoresco meio de transporte usado por turistas em Havana, Cuba. "Lembrei das andanças no Malecon, uma avenida enorme que cruza Havana, entre o mar verde e um azul profundo no céu. É um veículo inseguro. A cada esquina parece que ele vai virar", diverte- se Macalé, para quem a música que inaugurou para valer a parceria com Donato traz um saboroso "balanço cubano latinoamericano".

As outras nove faixas nasceram individualmente - Macalé compôs "João Duke" e "Lídice" (feita abraçado ao violão, numa rede, na pequena cidade homônima, no interior do Rio, quando o casal visitava uma amiga) - e com outros parceiros, caso de "Um abraço do João" (Macalé e Joyce), "Ontem e hoje" (Macalé e Sylvio Fraga), "Caruru" (Sylvio e Marlon Sette) e "Açafrão" (Donato, Sylvio e Marlon).

Chama a atenção o carinho que os músicos fazem em suas companheiras. "Dona Castorina", a segunda faixa do disco, o pianista dedica à Ivone Belém, com quem está casado há 22 anos. "O amor vem da paz" (primeira parceria a ser gravada de Macalé e Ronaldo Bastos, letrista de imensa delicadeza) sela a década de união do violonista com Rejane Zilles.


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta terça-feira, dia 23 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895