Juiz dos EUA determina que cinéfilos podem processar estúdios por propaganda enganosa
Dois fãs da atriz cubana Ana de Armas alugaram "Yesterday", de 2019, porque ela aparecia no trailer, mas se sentiram enganados pela Universal Pictures
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Um juiz dos Estados Unidos decidiu que é possível processar um estúdio de cinema por propaganda enganosa se um filme não incluir o elenco prometido em seu trailer.
Dois fãs da atriz cubana Ana de Armas alugaram "Yesterday", de 2019, porque ela aparecia no trailer, mas se sentiram enganados pela Universal Pictures. Peter Michael Rosza, 45 anos, e Conor Woulfe, 39, disseram que pagaram US$ 3,99 cada um para assistir à comedia no Amazon Prime.
Uma ação movida no começo do ano alega que o trailer levou os fãs a acreditar que a atriz participaria da produção, mas eles "não receberam um filme com a participação de Ana de Armas", noticiou a imprensa americana nesta sexta-feira.
O estúdio Universal pediu ao juiz do distrito central da Califórnia, Stephen Wilson, que desconsiderasse o processo, argumentando que os trailers de filmes são protegidos pela Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão. Mas Wilson rejeitou o argumento e afirmou que os trailers são discursos comerciais e devem responder à lei sobre publicidade enganosa.
"Um trailer é uma publicidade desenhada para vender um filme oferecendo aos consumidores uma prévia do mesmo", ressaltou o juiz. A AFP procurou um representante da Universal Pictures, mas não obteve resposta.
Os demandantes buscam pelo menos US$ 5 milhões em danos. Os advogados voltarão a se reunir em abril para discutir o caso.
Ana de Armas, 34 anos, fazia parte do elenco e apareceu no trailer e em algumas propagandas, mas seu papel foi excluído da versão final, segundo o processo.