Música clássica perde três grandes expoentes

Música clássica perde três grandes expoentes

Faleceram neste feriado de Páscoa dois grandes pianistas, o romeno Radu Lupu e o americano Nicholas Angelich, e o compositor britânico Harrison Birtwistle

AFP

Na imagem, da esquerda para a direitra, está Radu Lupu, Nicholas Angelich, e Harrison Birtwistle

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O mundo da música clássica está de luto após a morte, neste feriado de Páscoa, de dois grandes pianistas, o romeno Radu Lupu e o americano Nicholas Angelich, e do compositor britânico Harrison Birtwistle.

"Que dia especialmente triste no mundo da música", reagiu o compositor e maestro finlandês Esa-Pekka-Salonen, na segunda-feira à noite (18) no Twitter, após o anúncio da morte dos três artistas.

"Três gigantes da música morreram (...) não há mais palavras", tuitou o pianista alemão Igor Levit.

Lupu faleceu no domingo (17) de Páscoa, aos 76 anos, em Lausanne, na Suíça, após uma longa doença, informou a imprensa.

"Estamos profundamente tristes com a notícia da morte do maestro Radu Lupu, um querido amigo do Festival Enescu e um músico magnífico", escreveu a página do festival no Facebook.

"Sempre apreciaremos sua maneira incrível de transformar a música em magia", acrescentou o festival.

Radu Lupu ganhou o Concurso Internacional de Piano George Enescu em 1967. Nascido em 30 de novembro de 1945 em Galati, na Romênia, e começou a tocar piano aos seis anos de idade. Depois de ser admitido no Conservatório de Bucareste, recebeu uma bolsa para estudar no lendário Conservatório Tchaikovsky de Moscou.

Entre outras grandes competições, Lupu conquistou o Prêmio Van Cliburn, em 1966, e o Prêmio Leeds, em 1969.

Conhecido por sua discrição e perfeccionismo, Lupu era especialmente apreciado na execução do repertório de compositores como Schumann, Brahms, Mozart e Beethoven. Trabalhou com muitas das melhores orquestras e maestros do mundo, incluindo Herbert von Karajan, Daniel Barenboim, Carlo Mario Giulini e Zubin Mehta.

Lupu era conhecido por sua recusa em dar entrevistas e seu pouco apego aos estúdios de gravação, apesar de ter ganhado um Grammy em 1996 com um disco de sonatas para piano de Schubert.

O pianista, que morava na Suíça, parou de fazer concertos em 2018 por motivos de saúde.

Já o americano Nicholas Angelich, considerado um dos mais brilhantes pianistas de sua geração, faleceu em Paris, aos 51 anos.

Intérprete não apenas dos grandes compositores do século XIX, mas também da música clássica contemporânea, como Messiaen, Stockhausen e Boulez, Angelich sofria de uma doença respiratória desde junho de 2021, informou seu agente, Jacques Thelen.

"Como sua sonoridade, você era brilhante e terno ao mesmo tempo (...) nunca mais tocarei uma nota de Brahms sem estar perto de você", reagiu no Twitter o violinista francês Renaud Capuçon.

Harrison Birtwistle, que faleceu aos 87 anos em sua casa em Mere, no sudoeste da Inglaterra, era um dos principais compositores da música contemporânea britânica.

Autor da ópera "Punch and Judy", do final da década de 1960, Birtwistle também cultivava a música de câmara. Seus sucessos incluem "Gawain" e "A Máscara de Orfeu". Em 1975, foi nomeado diretor musical do Royal National Theatre, em Londres, cargo que ocupou até 1983.

Apesar de ser reconhecido de forma unânime como revolucionário, seu estilo intransigente às vezes dividia a crítica e o público.


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