Música e crítica à política na abertura do Festival de Gramado

Música e crítica à política na abertura do Festival de Gramado

Sob regência do maestro Bernardo Grings, a orquestra animou a plateia com “Músicas de Cinema”

Halder Ramos

Sob regência do maestro Bernardo Grings, a orquestra animou a plateia com “Músicas de Cinema”

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O 47º Festival de Cinema de Gramado foi aberto oficialmente ontem, com a apresentação da Orquestra Sinfônica de Gramado no tapete vermelho da Rua Coberta. Sob regência do maestro Bernardo Grings, a orquestra animou a plateia com “Músicas de Cinema”. O Coral Bocalis e o vocalista Rafael Gubert fizeram participações especiais na abertura. Os avanços em inclusão e acessibilidade no cinema e a mudança abrupta na política cultural do governo federal foram citados nos discursos.
O coordenador do Encontro Nacional da Legenda, Fabiano Lorensi Bertoluci, elogiou a iniciativa do Festival em promover a acessibilidade por sessões com legendas. “São 15 anos de luta pela legenda. O festival premia a comunicação com os surdos, que se sentiam de fora do cinema. Gramado faz o festival mais inclusivo do Brasil com legendas, áudio descrição e intérpretes”, reconhece Bertoluci, que fez sua manifestação em libras.

O presidente da Gramadotur, Édson Néspolo, lembrou de personalidades importantes na história do cinema nacional e, especialmente, na trajetória do festival, como o apresentador do evento e ator Leonardo Machado e os curadores Rubens Ewald Filho e Eva Piwowarski, que faleceram no último ano. “Nosso carinho, admiração e respeito por tudo que fizeram por Gramado”, recorda.

Além de saudar os visionários que criaram o Festival, Néspolo criticou o que classificou como mudança abrupta na política cultural brasileira. “Vivemos um dilema no Brasil. Colocaram os festivais de cinema brasileiros, que estão sofrendo cortes abruptos, no mesmo patamar de artistas famosos que não precisam dos recursos da Lei Rouanet. Se não fosse aqui, onde os diretores, produtores e artistas iriam mostrar os mais de 1.100 títulos que se inscreveram para o Festival de Gramado?”, questiona.

O presidente também citou os avanços em acessibilidade no cinema promovidos pelo festival. “Não estamos fazendo mais do que a nossa obrigação. Estamos cumprindo nosso papel e só temos a avançar”, destaca. O secretário adjunto e secretário de fomento e Incentivo à Cultura do Ministério da Cidadania, José Paulo Soares Martins, saudou os 47 anos do festival na proteção ao audiovisual brasileiro. “A indústria do audiovisual tem uma contribuição fundamental para a formação da identidade brasileira”, diz. Neste sábado, além da mostras de Curtas Gaúchos, Curtas Nacionais, Longas Brasileiros e Estrangeiros, haverá a entrega do Troféu Eduardo Abelin a Carla Camurati, às 20h30min, no Palácio dos Festivais. 


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