Max 2019: Produtoras reforçam mensagem de união e luta para superar desmontes no audiovisual

Max 2019: Produtoras reforçam mensagem de união e luta para superar desmontes no audiovisual

Profissionais da indústria do cinema foram atrás de soluções para defender o setor no Brasil atual

Lou Cardoso

Profissionais debateram os desafios do audiovisual brasileiro

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Os desafios que o audiovisual brasileiro enfrenta atualmente ocuparam os principais debates do Max - Minas Gerais Audiovisual Expo, nesta quinta-feira. O painel que encerrou o primeiro dia do evento, que ocorre no Sebrae MG de Belo Horizonte, trouxe mulheres que trabalham em diferentes setores da indústria cinematográfica e têm empreendido esforços para manter o desenvolvimento do mercado: a advogada e produtora, Debora Ivanov, a produtora da Mar Filmes, Diane Maia, e Yla Gomes, integrante da Frente Parlamentar do Cinema.

Diane Maia falou sobre a Frente dos Produtores do Audiovisual, uma organização criada para encontrar soluções diante das crises que o setor começou a enfrentar devido aos desmontes e mudanças enfrentados, inclusive com a extinção do Ministério da Cultura. Este foi um dos grandes estopins para criar um grupo de comunicação para ensinar como funciona uma produtora, como funciona um filme e como o dinheiro é fiscalizado. “A mudança começa dentro de casa. Este grupo se uniu para a gente não se sentir desanimado, para achar soluções. Analisar como fortalecer e salvar nossas políticas públicas”, explicou Diane.

Além disso, ela salientou que a Frente incentiva parcerias profissionais onde uma produtora realiza a co-produção de outra. “Neste grupo, juntei produtores parecidos para conversarem e pararem de ser concorrentes. E assim a gente tem se reinventado. Todo mundo se abraçando. São soluções que consigo enxergar agora e que estão gerando frutos”, disse.

Com presença constante no Congresso Nacional, Yla Gomes enfatizou a luta da Frente Parlamentar do Cinema. “A gente vive um momento de renovação e atualização de legislação no setor audiovisual. Tudo o que conquistamos, não é política de governo, mas de estado. É um momento dramático porque não podemos perder conquistas. Precisamos aprimorar e avançar com política públicas, avançar na discussão para não ficar paralisado com o que o próprio governo nos infringiu", frisou.

Yla ainda reforçou a urgência da renovação de leis que vencem no final deste ano como a Lei do Audiovisual, do Recine, defesa da alteração da Lei da TV Paga, assim como a discussão da regulação do fomento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e a regulação do Vídeo Sob Demanda (VoD). “Várias iniciativas foram alavancadas dentro do Senado e da Câmara para a gente poder ampliar a discussão. Eu não sei como vamos estar no final disso, mas acredito que precisamos ser imbatíveis."

Já Debora Ivanov trouxe dados significativos sobre o crescimento do cinema brasileiro desde a criação da Lei do Audiovisual, em 1993. De lá para cá, a produção aumentou consideravelmente tendo em 2018, 171 longas-metragens lançados nas salas brasileiras. Isso é também resultado do grande número de produtoras registradas na Ancine atualmente: 9.125, sendo a maior concentração em São Paulo (3.446), seguido de Rio de Janeiro (1.900) e Rio Grande do Sul (523).

Por isso que a produtora reforça a união da categoria para não se deixar desmoronar diante de governos e desmontes sofridos na indústria. “Produtor não pode ser só produtor. Ele tem que ser ativista. Toda hora muda governo, muda secretaria. Se a gente esmorecer, com toda esta luta, aí acabou. Vamos somar forças, só juntos vamos chegar a algum lugar.”

A Max - Minas Gerais Audiovisual Expo segue em Belo Horizonte até esta sexta-feira com debates, oficinas, atividades e rodadas de negócios no cenário audiovisual brasileiro. 


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