"Mormaço" inspira resistência urbana de forma poética

"Mormaço" inspira resistência urbana de forma poética

Filme foi exibido na noite desse domingo no 46° Festival de Cinema de Gramado

Lou Cardoso

"Mormaço" tem previsão de estreia para o verão de 2019

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Nunca a mensagem de resistência foi tão importante. Em "Mormaço", filme de Marina Meliande, exibido na noite desse domingo no 46º Festival de Cinema de Gramado, uma simples pergunta coloca em reflexão sobre a transformação urbana de uma cidade. "Você percebeu que a cidade está desaparecendo?", questiona Ana (Marina Provenzzano). São nestas simples deixas de "Mormaço" que o filme desabrocha.

Na história, conhecemos Ana, uma defensora pública que dedica o seu trabalho na luta ao lado dos moradores da Vila Autódromo, uma comunidade pobre do Rio de Janeiro, que sofre ameaça de remoção para a construção de projetos voltados para as Olímpiadas. Ao mesmo tempo, a personagem também vive assolada pela mesma situação em seu prédio na Copacabana, zona Nobre carioca, para um empreendimento hoteleiro. O estresse acaba se manifestando no corpo de Ana, que desenvolve uma doença misteriosa que resulta em uma forte transformação corporal.

O filme da diretora Marina Meliande pode ter diversas interpretações, mas a força dele está explicitamente no fator político. É incrível como a diretora conseguiu construir uma simbologia poética em cima de dramas reais que acontecem no nosso cotidiano e tampouco é explorado. O que poderia ser um simples longa com dramas sociais transforma-se fantasticamente no gênero de horror ao depositar toda a energia negativa da situação na personagem Ana. 

• Atrizes de "Mormaço" ressaltam importância social do filme

Marina Provenzzano empresta o corpo e o psicológico para compor esta protagonista de maneira firme e ao mesmo tempo doce. O filme caminha no ritmo do trabalho de Marina, que começa sutilmente e logo em seguida vira o próprio caos. A atriz entrega um trabalho forte e transparece em cena todo o sofrimento que a personagem descarrega no próprio corpo. Assim como Sandra Maria, que interpreta Domingas, moradora da Vila Autódromo, e participa do filme emprestando a sua história. Ela é responsável por ser representante daquela área e é possível entender completamente a situação de despejo. 

• As mulheres querem ser representadas na tela, diz diretora de "Mormaço"

"Mormaço" puxa a fantasia para contar uma história carregada de dramas reais. A mensagem do filme é importante para reforçar e inspirar o ato de resistência para aqueles que precisam. O filme tem previsão de estreia para primeiro semestre de 2019. 




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